03/07/09 14h18

Indústria reage e cresce 1,3% em maio

Folha de S. Paulo

Aos poucos, a indústria começa a reagir com mais força à maior crise recente da sua história e a produção passa a crescer de modo mais firme e generalizado, embora num nível ainda baixo se comparado ao bom desempenho registrado em 2007 e em 2008. Tal retrato surge dos números do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Pelos dados de maio, a produção da indústria cresceu 1,3% na comparação livre de influências sazonais com abril. Foi o quinto crescimento consecutivo e atingiu a maioria dos setores pesquisados -20 de 27.

Para Isabela Nunes Pereira, economista da coordenação de indústria do IBGE, o setor industrial vive uma fase "gradual e contínua de recuperação". Tal tendência, afirma, teve início em janeiro deste ano e se intensificou agora em maio. Apesar da melhora, o setor se mantém fragilizado e num patamar de produção ainda muito distante do de setembro do ano passado, quando bateu no topo histórico. Desde então, a indústria brasileira desceu ladeira abaixo e alcançou o fundo do poço em dezembro, quando o patamar produtivo voltou aos níveis de 2004.

De janeiro a maio, a indústria cresceu 7,8% na taxa com ajuste sazonal -expansão insuficiente para compensar, porém, a retração de 20% entre setembro e dezembro de 2008. Segundo o IBGE, a perda de fôlego desde o fim do ano passado resultou numa queda de 5,1% no acumulado dos 12 meses encerrados em maio -pior desempenho da série da pesquisa, iniciada em 1991.

De um lado, estoques menores do que ao final de 2008, crédito mais farto e com prazos maiores e rendimento intacto -mesmo durante o auge da crise- impulsionam a melhora da indústria. Nesse rol, está ainda a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) -que ajudou especialmente o setor de veículos, mas impulsionou também toda a sua cadeia de fornecedores. Do outro lado, as exportações em queda por causa da retração da demanda global e a freada dos investimentos no Brasil seguram ainda a indústria.