23/12/09 10h08

Indústria recebe destaque na recuperação do País após a crise

DCI

O Banco Central fez uma avaliação positiva sobre o comportamento da atividade econômica brasileira após o período de impactos diretos da crise financeira internacional, como se vê pelo Relatório Trimestral de Inflação, divulgado ontem. "Embora os números ainda sejam negativos na comparação interanual, a atividade econômica praticamente retornou ao ritmo de crescimento vigente antes da intensificação da crise mundial, exibindo rápida recuperação", diz o documento.

No relatório, o BC registra que, após dois recuos consecutivos - no último trimestre de 2008 (-2,9%) e no primeiro de 2009 (-0,9%) - o Produto Interno Bruto (PIB) a preços de mercado cresceu 1,1% e 1,3%, respectivamente, no segundo e terceiro trimestres de 2009, ante o trimestre anterior. Na comparação com igual período de 2008, o BC salienta que o PIB recuou 0,9% no terceiro trimestre.

O relatório deu ênfase à recuperação do setor industrial. De acordo com o documento, após recuar 8,1% no quarto trimestre do ano passado e 4,4% no primeiro trimestre deste ano, cresceu 2,6% no segundo trimestre de 2009 e 2,9% no terceiro, registrando a maior expansão entre os três setores em ambos os períodos, de acordo com dados dessazonalizados pelo IBGE. O documento destacou também que os estoques se encontravam elevados no início do ano e sofreram forte ajuste, mas, na avaliação do BC, tendem a se recompor e assim constituir importante fator mantenedor do atual dinamismo da produção industrial.

Em relação à agropecuária, o BC salientou que o setor recuou 2,5% no terceiro trimestre, completando o quarto trimestre consecutivo de retração, e continua a responder aos efeitos da crise tanto sobre a demanda externa como sobre o preço das commodities agrícolas. Sobre o setor de serviços - o de maior peso no PIB e que mostrou maior resiliência durante a crise - o relatório ressaltou a expansão de 1,6% no terceiro trimestre, após avanço de 1,7% no segundo trimestre.