23/06/09 08h53

Indústria siderúrgica esboça recuperação

Folha de S. Paulo

Após um dos maiores baques de sua história com a crise global, a indústria siderúrgica esboça uma retomada: sua produção cresceu 9,5% de abril para maio, segundo o IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia). "O setor está longe de operar dentro daquilo que é a normalidade -pelo menos 80% da capacidade instalada", diz Marco Polo de Mello Lopes, vice-presidente executivo do IBS.

Com o agravamento da crise, as usinas paralisaram 6 dos 14 altos-fornos em operação no país. Todas as grandes empresas do setor tomaram tal medida: Gerdau, CSN e Usiminas. Aos poucos, elas começaram a religar os fornos, com o reaquecimento do mercado interno -já que a demanda global para produtos siderúrgicos se mantém ainda bastante fraca.

Agora, a situação começa a melhorar e as empresas voltaram a ampliar a produção. A CSN colocou novamente em operação na semana passada seu alto-forno 2, responsável por 30% de sua produção.

A Gerdau fez o mesmo com o um alto-forno de sua subsidiária Açominas. Paralisado desde dezembro, o equipamento voltará a operar em 1º de julho e tem capacidade de produção de 3 milhões de toneladas/ano de aço. Apesar da melhora, a siderúrgica decidiu parar o outro alto-forno da Açominas, cuja capacidade é menor -1,5 milhão de toneladas/ano. Para Lopes, as medidas do governo de estímulo aos setores de construção, linha branca e automobilístico impulsionaram a siderurgia. Falta agora, diz, desonerar a cadeia de bens de capital. "Esses quatro setores representam 80% da produção de aço", diz.