19/10/20 13h54

Indústrias da região de Rio Preto iniciam retomada da produção

Diário da Região

Levantamento realizado pela Federação/Centro das indústrias do Estado de São Paulo revela que o setor vem mantendo uma tendência de recuperação, inclusive na região Noroeste paulista. Isso se traduz em aumento de produção, em mais horas trabalhadas e em novos turnos, em máquinas voltando a operar e na capacidade produtiva deixando de ser ociosa. O que não se pode falar ainda é em contratação, já que não há espaço para isso. "A parada foi tão grande que agora estamos numa retomada forte", afirmou o diretor regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Luiz Fernando Lucas.

De maneira geral, o movimento de retomada, ainda que esteja seguindo um ritmo contido, vem atingindo a maior parte dos setores industriais da região, afirma Lucas. Ele destaca as indústrias moveleiras, metalúrgicas, de plásticos, além das ligadas aos setores de beleza, higiene e cuidados pessoais. "Os setores que estão sofrendo são exceção. Salvo notícias novas, esse crescimento deve se sustentar e aumentar ao longo do tempo", disse.

De acordo com o estudo da Fiesp/Ciesp, em agosto, as Horas Trabalhadas na Produção (HTP) subiram 3,3%, enquanto as vendas reais (VR) registraram alta de 0,6%. O volume de vendas voltou ao nível pré-pandemia, atingindo 3,9% acima do patamar de fevereiro. "A indústria e o comércio praticamente voltaram, os serviços ainda não porque dependem mais da presença e o distanciamento ainda está muito maior", afirmou André Rebelo, assessor para assuntos estratégicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Seguindo a tendência de recuperação industrial, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) atingiu 76,9%, um aumento de 2,4 pontos percentuais com relação a julho. Assim como no caso das Vendas Reais, o NUCI superou o nível pré-pandemia, com alta de 1,0 pontos percentual. "Essa retomada tem relação com um conjunto de fatores. O governo acertou ao permitir que o trabalhador tivesse redução da jornada e ele complementasse a renda, foi importante para reduzir o desemprego em larga escala. Ao mesmo tempo, disponibilizou o auxílio-emergencial para quem não tinha renda e ofereceu uma série de linhas de crédito para as empresas levantarem capital de giro", explicou Rebelo.

Os dados relativos ao emprego no setor industrial também mostram uma curva positiva em agosto. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, o setor foi o que mais contribuiu para o desempenho positivo naquele mês. Do saldo de 595 vagas criadas, 284 vieram da indústria, em Rio Preto.

Expansão

A indústria Bebidas Poty, de Potirendaba, vem registrando resultados acima dos previstos para um período de pandemia e, inclusive, feito novos investimentos. De acordo com José Luiz Franzotti, diretor presidente da indústria, o primeiro semestre deste ano foi o melhor da história. "Houve uma mudança no mix. As vendas foram canalizadas para embalagens de grandes volumes, revertendo o prejuízo dos pequenos pontos que ficaram fechados", disse.

Segundo o executivo, o trabalho está em capacidade total e os investimentos seguem o planejamento. O grupo tinha como meta lançar duas novas linhas, uma de água mineral, o que já o fez, e agora está finalizando uma linha com um conceito novo, de envaze de produtos assépticos, que podem ser sucos, achocolatados, água de coco, itens que ainda estão sendo desenvolvidos. "Os produtos estão sendo desenvolvidos para atender essa demanda da preocupação com a vida saudável. O produto é envazado sem conservantes dentro uma embalagem pet e têm vida útil de seis meses."

Franzotti disse que a indústria conta hoje com 850 funcionários e que não houve demissões, ao contrário, houve algumas poucas contratações.

Em processo de expansão, para se adequar às exigências sanitárias de distanciamento social, a Kodilar criou um terceiro turno de trabalho que está em processo de consolidação. Ao mesmo tempo, contratou cerca de 150 profissionais para esse novo horário de trabalho. Quando estiver totalmente em funcionamento, a produção da indústria de alimentos terá um aumento de 35% em sua capacidade produtiva. "Antes da pandemia já vínhamos em ascensão, esse crescimento se tornou ainda mais acentuado durante a pandemia, o que nos rendeu um aumento de aproximadamente 22% na produção", afirmou o diretor comercial Wagner Zacharias.

Ao mesmo tempo, o grupo investiu em um Centro de Distribuição com cerca de 4,5 mil metros quadrados, que dobrou a capacidade logística e neste mês iniciou a construção de uma nova unidade fabril com aproximadamente 5,4 mil metros quadrados de área de produção, onde também vai investir em maquinário e mão de obra.

fonte: https://www.diariodaregiao.com.br/economia/2020/10/1209921-industrias-da-regiao-de-rio-preto-iniciam-retomada-da-producao.html