03/08/09 11h48

Infraestrutura volta a atrair investidor

O Estado de S. Paulo

Os sinais de recuperação da economia renovaram a confiança do investidor na infraestrutura brasileira. Depois da paralisia entre dezembro e o primeiro bimestre por causa da crise mundial, empresários começam a retomar planos para construir empreendimentos nos setores de energia elétrica, óleo e gás, saneamento e logística. Exemplo disso é o avanço no número de consultas feitas no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e nos bancos privados. Além disso, há uma demanda forte por recursos de fundos de investimentos voltados para a área, como o Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS), gerido pela Caixa.

No caso do BNDES, o número de consultas, que indica o apetite do investidor, cresceu 16% no primeiro semestre em relação a igual período de 2008. As operações fechadas avançaram 21%. "Comparada a setores ligados a exportações e máquinas e equipamentos, a infraestrutura foi menos afetada pela crise mundial. Temos observado um ingresso expressivo de consultas e pedidos de financiamentos", afirmou o economista da área de planejamento do BNDES, Fernando Pulga. Na avaliação dele, o setor de energia elétrica será um dos que vão encabeçar o ranking de investimentos. A expectativa é que o volume de recursos aplicados no segmento suba de cerca de R$ 17 bilhões (US$ 9,3 bilhões), em 2008, para uma média de R$ 30 bilhões (US$ 15,8 bilhões) nos próximos quatro anos. A projeção está baseada nas licitações que serão feitas pelo governo federal a partir deste mês.

No dia 27, será realizado o leilão de energia nova para atender ao mercado consumidor a partir de 2012. Em novembro, está marcado o primeiro leilão de energia eólica do País, que atraiu o cadastramento de 441 empreendimentos no Nordeste, Sul e Sudeste do País. Outra aposta do BNDES são as ferrovias, cujo volume de investimentos deve dobrar entre 2009 e 2012, sem incluir o Trem de Alta Velocidade (TAV) Rio-São Paulo.