23/07/09 10h09

Inglesa Micro Focus inicia suas operações no Brasil

Valor Econômico

Um manifesto. Ao lado de empresários e lideranças locais, o inglês Stephen Kelly, executivo-chefe da empresa de software Micro Focus, foi a público nesta semana para lançar um movimento com o propósito de banir a apatia que tem dominado a economia do Reino Unido. Entoando a frase "Making BrITain Great Again" (Fazendo a Grã-Bretanha Grande de Novo, na tradução literal), Kelly garantiu que, se todos trabalharem pelo mesmo propósito, a indústria tecnológica da Inglaterra poderá gerar 250 mil novos postos de emprego no prazo de oito a dez anos.

Afora o fervor do discurso político, Stephen Kelly realmente parece empenhado em expandir as operações de sua Micro Focus, inclusive para destinos bem distantes do Reino Unido. A companhia inglesa acaba de iniciar suas operações no Brasil. A chegada à América Latina acontece com a abertura simultânea de uma filial no México. No Brasil, a Micro Focus será comandada por Marco Leone. A Micro Focus é dona de uma família de softwares que ajuda desenvolvedores de sistemas a atualizar os ambiente tecnológico das companhias.

Mais do que pela abertura de subsidiárias, a Micro Focus vem expandindo suas operações por meio de aquisições. No mês passado, a companhia fez uma proposta de US$ 88 milhões para a aquisição da americana Borland. A transação ainda depende de aprovação de diretores das empresas, mas tudo caminha para que o negócio seja concluído nos próximos dias. Em maio, a companhia inglesa comprou a divisão de testes de aplicativos da também americana Compuware, por US$ 80 milhões. O porte das aquisições é considerável, principalmente se comparado ao tamanho atual da própria Micro Focus. Em seu ano fiscal 2009, encerrado em 30 de abril, a empresa registrou receita de US$ 274 milhões, um crescimento de 20% sobre os US$ 228,2 milhões que faturou no ano anterior. Tanto a Borland quanto a Compuware já tinham operações no Brasil antes da Micro Focus decidir que viria para o país.

Com cerca de 1,5 mil funcionários em todo o mundo, a Micro Focus está de olho no mercado de atualização de sistemas que rodam dentro de servidores e mainframes, os supercomputadores usados por órgãos do governo federal e pela maioria dos bancos do país. Pela frente, no entanto, terá de encarar a concorrência dura de companhias como IBM e HP, dois pesos-pesados desse setor.