29/05/18 11h40

Inovação em agronegócio e na área de saúde mobiliza empreendedores

Valor Econômico

Nos últimos anos, o programa Pipe, da Fapesp, vem recebendo um número cada vez maior de projetos de startups e pequenas empresas ligados às áreas da saúde e do agronegócio. São projetos como o do engenheiro mecânico Marcelo Prado, que enxergou potencial no setor de saúde em 2010, quando criou a i-Healthsys em São Carlos, no interior paulista, e dois anos depois iniciou um projeto de higienização das mãos em parceria com o Hospital Albert Einstein. "A ideia era que cada leito tivesse um sensor. Se o profissional higienizasse as mãos, o sensor ficaria verde. Caso contrário, mudaria para vermelho", conta. Além dos leitos, os sensores foram instalados nos crachás da equipe médica e nos dispensadores de álcool gel.

A ideia foi o embrião de um sistema maior, aplicado na Santa Casa de São Carlos, para gestão de processos e procedimentos de assistência. Entre dezembro de 2016 e agosto de 2017, o projeto foi implantado em dez leitos de UTI, com financiamento de R$ 101 mil por meio da fase 1 do programa Pipe. O sistema desenvolvido pela startup está em fase de implantação em mais três hospitais em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. A meta é instalar o sensor em 300 leitos até dezembro.

Também criada por engenheiros, a Magnamed passou os seis primeiros meses, em 2005, na garagem da mãe de Wataru Ueda, CEO e um dos fundadores da empresa. Em 2006, o projeto foi selecionado para integrar o Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), da USP. Foram dois anos de incubação, com pesquisas financiadas por CNPq, Fapesp e Finep, além de um aporte de R$ 5 milhões do fundo Criatec.

A startup de equipamentos médico-hospitalares também recebeu recursos por meio das fases 1 e 2 do Pipe, no valor de R$ 400 mil. Com cem funcionários, 1.200 clientes e faturamento de R$ 33 milhões em 2017, a empresa exporta para 50 países. No ano passado, abriu fábrica e escritório na Flórida (EUA).

Fundada em 2008 pelos médicos veterinários Marcelo Roncoletta e Erika Morani, a Inprenha nasceu na Incubadora Regional de Agronegócios (Inagro), em Jaboticabal (SP). O produto criado a partir de uma molécula capaz de elevar a taxa de prenhez de bovinos tem como objetivo melhorar a eficiência reprodutiva animal. Patenteado em 11 países, incluindo Brasil, o produto está em processo de registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A empresa obteve R$ 1,5 milhão nas fases 2 e 3 do Pipe.