29/06/09 15h44

Instituições brasileiras abrem espaço no private banking

Valor Econômico

Duas das maiores consultorias do mundo acabam de divulgar pesquisas que indicam a crescente importância das instituições financeiras brasileiras no mundo da administração de grandes fortunas, um universo que envolve mais de US$ 1 trilhão.

Os private bankings brasileiros ganharam mercado com a crise internacional e tendem a manter os novos recursos conquistados, prevê João dos Santos, sócio da PricewaterhouseCoopers (PwC), cuja pesquisa tem como foco descobrir as principais preocupações atuais dos administradores de fortunas, a partir da entrevista de gestores de 238 instituições financeiras em 40 países.

À margem de escândalos como o caso Madoff, que atingiram muitas instituições estrangeiras, e mostrando boas condições de liquidez e solidez, os private bankings ligados a conglomerados brasileiros atraíram novos clientes. Outra boa notícia foi levantada pela KPMG: em pesquisa junto a 100 executivos seniores da área, em 17 países, houve nove menções ao Brasil como mercado de maior potencial de crescimento para o private banking. É um número superior ao de referências recebidas pela Rússia (8), Reino Unido (7), Cingapura (6) e Itália (5), igualando-se às dos Estados Unidos. Só tiveram mais menções a Índia (31) e a China (49). Ricardo Anhesini, sócio-líder de serviços financeiros da KPMG, atribuiu a boa posição do Brasil à mobilidade social e ao potencial de crescimento econômico.

A pesquisa da KPMG é anual (não foi feita apenas em 2008, devido à crise financeira) e foca as tendências de consolidação na área de private banking. O levantamento deste ano indicou uma redução no "apetite" de consolidação na área de administração de fortunas, ressaltou Anhesini. De fato, em pesquisa anterior, feita em 2006, 84% dos participantes previam uma consolidação adicional do setor nos três anos seguintes. Em 2007, o percentual caiu para 81%; e, neste ano, recuou para 72%. Anhesini explicou a redução do percentual pela queda das margens do negócio e pela redução do valor das instituições.