27/02/18 12h10

Instituto Quintessa seleciona startups para receber aportes e mentoria

Valor Econômico

Conectar negócios com a missão de gerar impacto socioambiental a investidores em busca de projetos sustentáveis é um dos objetivos do Instituto Quintessa. A instituição mantém uma aceleradora de empresas focada no setor 2.5 e percebeu a necessidade de preparar as startups para receber aportes. "Quem tem recursos para aplicar avalia a maturidade das iniciativas. É preciso estruturar os projetos", diz Anna de Souza Aranha, diretora do Quintessa.

Para aproximar investidores e empreendedores, a solução foi criar um programa de mentoria, o Sponsorship Quintessa. As empresas selecionadas participam da aceleração, dividida em duas fases. Na primeira, o objetivo é desenvolver o negócio. "É comum encontrarmos boas iniciativas que não estão prontas para receber aportes", afirma. O valor previsto para alocação em cada iniciativa está entre R$ 100 mil e R$ 400 mil.

Na segunda fase, os empreendimentos que se destacaram partem para a captação de investimentos. Esta é a hora em que o investidor, que participa do processo de desenvolvimento e já conhece bem o plano de negócios, avalia se vai ou não aplicar mais recursos. Neste ano, a Quintessa vai selecionar quatro startups. As inscrições para o programa estão abertas até 11 de março, pelo site www.quin tessa.org.br/inscricao-2/.

Leo Figueiredo, associado-fundador do instituto, destaca que, além de ajudar startups, o programa também educa os investidores sobre o setor 2.5. "É um novo conceito de negócios, temos empresas capazes de gerar lucro, mas focadas no impacto socioambiental." O programa prevê que os investidores participem ativamente do processo. A aproximação permite conhecimento do mercado.

No Brasil, as questões socioambientais ainda estão centradas no terceiro setor, no qual o resultado financeiro é secundário, muitas vezes visto com maus olhos. O cenário distancia empresas do segmento do capital de risco, que não enxerga as oportunidades de retorno. "Precisamos provar que são bons negócios", diz Figueiredo.

Fortalecer o ecossistema para negócios de impacto é outro desafio importante. "Se há dificuldade em conseguir recursos para empresas ligadas à economia tradicional, imagina quando a sustentabilidade é parte integrante e medida como resultado do negócio", comenta Anna. No setor 2.5, as empresas buscam a superação de desafios sociais ou ambientais com a venda de produtos ou serviços. O lucro é parte relevante da operação e há previsão de distribuição de dividendos aos acionistas.