04/04/13 16h38

Intel compra empresa brasileira de software

Brasil Econômico

Profusion é a primeira companhia do país a ser adquirida pela fabricante de chips

A fabricante de chips Intel anunciou ontem que adquiriu, pela primeira vez, uma companhia brasileira. A empresa, chamada Profusion, tem sede em Campinas (SP), e atua em desenvolvimento de software, segmento no qual a americana tem investido no Brasil. Prova disso é que há um ano a divisão tinha dois funcionários, e agora o número é de 46 profissionais, sendo 23 vindos da Profusion. A meta é chagar a cerca de 80 até 2015.

“O usuário não percebe mais as inovações do hardware se a inovação de software não vier junto”, explica o diretor da divisão no Brasil, Nuno Simões, que não abre o valor da aquisição. Ele diz que a compra irá trazer para a Intel conhecimentos principalmente na área de HTML 5, linguagem de programação utilizada em páginas da internet, por exemplo.

Nos últimos anos, a Intel tem feito diversas compras na área de software. A maior delas foi a da McAfee, empresas de sistemas de segurança da informação pela qual a companhia desembolsou US$ 7,7 bilhões. Outro exemplo é a fornecedora de sistemas para administração de dispositivos móveis, Wind River Systems, que foi comprada por US$ 884 milhões em 2009.

No ano passado, em meio a esta estratégia de compra de empresas de software, a startup brasileira Profusion passou a chamar a atenção da matriz da Intel por conta de sua participação em fóruns de desenvolvedores.A empresa existe há cerca de cinco anos.

Mesmo com a compra da brasileira, Simões afirma que não há outra companhia nacional no radar da fabricante de chips no momento. Por meio da Intel Capital, braço de investimentos de capital de risco da Intel, a empresa já fez aportes em companhias brasileiras como, por exemplo, os websites brasileiros de e-commerce de moda Coquelux e Fashion.me e a Geofusion, de geomarketing.

Desenvolvedores
 Um dos principais objetivos da divisão liderada por Simões é fomentar o desenvolvimento de aplicativos no Brasil e, assim, impulsionar o uso de hardware com chips da Intel. Recentemente a empresa anunciou investimentos de R$ 300 milhões para os próximos cinco anos, que serão aplicados em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias, em um acordo firmado com o com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Os focos são as áreas de educação, energia e transporte.

Além disso, Simões também tem intensificado a aproximação dos desenvolvedores locais para colocá-los em contato com novos hardwares como os ultrabooks com duas telas e as câmeras que detectam movimento. “Participamos de mais de 40 eventos com desenvolvedores no ano passado”, conta o executivo.

O objetivo a ajudar os desenvolvedores locais a se aproximarem de tecnologias que já estão disponíveis no mercado mas que não são tão exploradas ainda pelos desenvolvedores. Um exemplo é o chip com 8 núcleos, que são mais rápidos e possuem mais capacidade de memória. Segundo a Intel, são poucos os desenvolvedores que já criaram sistemas baseados nos recursos disponíveis neste microprocessador.