10/10/08 15h02

Intel e Fundação Bradesco desenvolvem ensino do futuro

Gazeta Mercantil – 10/10/2008

A Fundação Bradesco e a Intel anunciaram ontem um centro de estudos aplicados de tecnologias para a formação escolar, no campus da instituição sem fins lucrativos em Campinas, no interior de São Paulo. A fabricante americana, que lidera com mais de 80% de participação no mercado mundial de chips para computadores, também firmou compromisso de treinar professores da rede pública do estado de São Paulo no uso de computadores na sala de aula. Cerca de mil educadores serão treinados para formarem outros professores, com o potencial de atingir até 200 mil representantes da rede. Segundo o presidente do conselho de administração da Intel, Craig Barrett, os computadores já mostraram que, quando bem utilizados, podem ser uma importante ferramenta de ensino. "Mas os professores precisam ser treinados", reiterou. "Não se pode negar que ter todas as informações globais à disposição pela internet pode ajudar as crianças." O objetivo do Centro de Educação Digital é que as empresas e pedagogos possam aplicar novas tecnologias, criar metodologias de ensino para elas, verificar seus efeitos e fazer provas de conceito. A Fundação Bradesco já utiliza a informática em algumas de suas salas de aulas. Foi na unidade de Campinas que se tornou a primeira instituição a usar os notebooks educacionais Classmate, desenvolvidos pela Intel, que estão disponíveis a todos os alunos do campus. Recentemente, Portugal e Venezuela assinaram acordo de compra de máquinas para equipar suas escolas públicas. "O Brasil é bem maior que Portugal e os gastos de levar às escolas são grandes. Mas espero que o Brasil adote a tecnologia", afirmou Barrett. Na Fundação Bradesco, há também locais equipados com lousas eletrônicas e iluminação inteligente, ajustada para o perfil de cada aula: luz fria para ensino de Matemática, baixa para facilitar a memorização e similar ao de fim de tarde, em aulas que estimulam a criatividade. Algumas tecnologias que serão testadas no centro, como a identificação por radiofreqüência (RFID), também chegarão às salas, segundo o gerente da área de tecnologia da Fundação Bradesco, Nivaldo Marcusso. Por meio de etiqueta inteligente no crachá do aluno, ele será identificado quando entrar na sala, tornando dispensável a chamada por nome. Entre as empresas que participam do centro está a Lego Education, que traz ao Brasil tecnologia de robótica, como motores, que podem ser montados em bombas d´ água, por exemplo, e controlados por laptops em rede. Por meio deles, os alunos podem testar na prática conceitos de Matemática.