03/08/09 11h51

Investimento chinês cresce 72% até abril

Folha de S. Paulo

Instalado recentemente em um prédio da avenida Paulista, o primeiro escritório do Bank of China na América Latina ajuda a explicar o salto nos investimentos chineses no Brasil neste ano. Apenas entre janeiro e abril, de acordo com os dados mais atualizados, o Banco Central registrou a entrada de US$ 66,1 milhões: 72% a mais de tudo o que a China investiu no Brasil em 2008.

No mês em que se tornou o maior parceiro comercial do Brasil, posto ocupado pelos Estados Unidos havia décadas, a China também ganhou a 17ª posição entre os maiores investidores, pulando 19 posições no ranking do BC. Especialistas veem nos dados do BC sinais de um primeiro movimento, ainda tímido, da fatia brasileira na expansão chinesa no mundo, estimulada em tempos de crise econômica pela oferta de crédito e a urgência em ganhar mais competitividade em novos mercados, além da necessidade tradicional de parcerias em áreas consideradas estratégicas, como energia, biocombustíveis, minérios e alimentos.

A divisão responsável pela Ásia do Ministério das Relações Exteriores trabalha com estimativas não oficiais de que o investimento possa chegar a US$ 700 milhões nos próximos anos. "É uma estimativa conservadora", afirma o chinês Charles Tang, presidente da Câmara Brasil-China. Ele avalia que os investimentos estão aumentando e poderão superar a marca de US$ 1 bilhão por ano. Mas haveria uma condição, segundo Tang: o Brasil não poderia ser "tão radical" na defesa do meio ambiente. A agropecuária é um dos setores de investimento destacados pelo Itamaraty. Nessa lista o Ministério das Relações Exteriores também ressalta investimentos em infraestrutura (ferrovias e portos), siderurgia, eletroeletrônicos, petróleo e biodiesel.