10/11/11 17h40

Investimento chinês no país muda e mira manufaturados

Valor Econômico

Os investimentos chineses no Brasil mudaram de perfil em 2011. Enquanto no ano passado, 85% dos US$ 19 bilhões anunciados para o país estavam ligados a commodities (segundo levantamento feito pelo Valor em fevereiro), de janeiro a outubro deste ano, dos USS 7,14 bilhões anunciados, 74% foram destinados a manufaturas, semi-manufaturas e pesquisa e desenvolvimento. O montante, dividido em 16 projetos anunciados até outubro, figura em levantamento que será divulgado hoje pelo Conselho Empresarial Brasil-China.

O setor que mais atraiu a atenção dos chineses foi o automotivo, com as empresas JAC, Foton, Shineray, Changan/Haifa e Lifan planejando se instalar no país. De acordo com o levantamento, serão gastos US$ 3,12 bilhões pelas companhias deste segmento. Para os setores de telecomunicações e eletroeletrônicos os planos das companhias chinesas no Brasil envolvem US$ 892 milhões, cada um. Mineração, agronegócio e energia (gás e petróleo), que tiveram preponderância nos investimentos anunciados no ano passado, somam US$ 1,33 bilhão neste ano, representando 18,75% do total.

A maioria desses investimentos (62,5%) são de projetos novos e chegam para ampliar o parque industrial. A Foxconn, empresa de eletroeletrônica, foi a responsável pelo anúncio de maior volume até outubro: US$ 3 bilhões em fábrica que será construída em Jundiaí, no interior de São Paulo, para montar, entre outros, produtos da Apple. Por enquanto, a empresa alugou galpões industriais na cidade.

O solo paulista foi o destino de 37,5% de todos os investimentos anunciados pelos chineses, seguidos pela Bahia (12,5%). Ainda segundo o levantamento, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro e Amazonas receberão, cada um, US$ 446 milhões. Um quarto do montante ainda não teve local definido quando o projeto foi anunciado.

Na mesma edição da Carta Brasil-China em que divulga os dados do investimento, a entidade dedica uma seção especial ao professor Antonio Barros de Castro, um dos pioneiros e mais competentes conhecedores das relações sino-brasileiras, falecido em agosto deste ano.