20/05/08 10h27

Investimento continua forte no 1º trimestre

Valor Econômico - 20/05/2008

O investimento continuou firme no primeiro trimestre, espelhando o forte crescimento do consumo de máquinas e equipamentos e da produção de insumos típicos para a construção civil. As previsões dos analistas apontam para uma expansão na casa de até 18,5% na comparação com o mesmo período do ano passado. Para 2008, a aposta é de que a formação bruta de capital fixo (FBCF, que mede o que se investe na construção civil e em máquinas e equipamentos) crescerá entre 11% e 14%, mesmo num cenário marcado pela alta dos juros. Os números da FBCF mostram que as empresas brasileiras continuam a investir na ampliação e modernização da capacidade produtiva, o que é importante para mitigar os riscos inflacionários, ainda que por si só não os eliminem, como dizem os analistas do Bradesco.  As estimativas para a expansão do investimento feitas pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco são bastante positivas. Para o consumo aparente de máquinas e equipamentos (soma da produção e da importação, com a exclusão da exportação), os analistas do Bradesco apostam numa alta de 21,8% de janeiro a março, crescimento até um pouco superior aos 21,6% registrados no quarto trimestre de 2007.  Com o câmbio valorizado, as empresas continuam a aproveitar o barateamento dos bens de capital para importar máquinas, destaca o economista Fernando Rocha, da JGP Gestão de Recursos. No primeiro trimestre, as compras externas desses bens aumentaram 34%, pouco abaixo dos 35,7% dos últimos três meses do ano passado. A produção de bens de capital, por sua vez, cresceu 17,1%, abaixo dos 24% do quarto trimestre de 2007. "É uma desaceleração normal, porque a base de comparação começa a ser maior", dizem os analistas do Bradesco. Mesmo com uma produção mais fraca, o consumo aparente de máquinas e equipamentos seguiu firme porque, além do aumento robusto das importações, houve uma desaceleração significativa do ritmo das exportações. Como lembra o departamento econômico do banco, as vendas externas entram com sinal negativo no cômputo do indicador. As compras externas subiram 6,8% no primeiro trimestre, bem menos que os 17,2% dos três últimos meses do ano passado.