16/03/20 13h46

Investimento reduz perdas de água em cidades da região

Nova Odessa e Sumaré atingem o menor percentual de desperdício de água tratada em uma década

Todo Dia

Duas cidades da região vêm conseguindo reduzir o percentual de perda de água tratada nos últimos anos. São os casos de Nova Odessa e Sumaré, segundo o Ministério do Desenvolvimento Regional.

Os números são de uma década, entre 2009 e 2018. Tanto Nova Odessa quanto Sumaré atingiram em 2018 o menor patamar nestes dez anos.

Nova Odessa lidera na região com o menor índice de perda de água tratada, com 26,11%, seguida por Hortolândia, com 30,73%. Depois vem Sumaré, com 41,18%, Americana, com 48,81%, e Santa Bárbara, com 58,68% (confira os números no quadro ao lado).

A Coden (Companhia de Desenvolvimento de Nova Odessa), prestadora do serviço em Nova Odessa, ressaltou que a queda progressiva do volume de água tratada desperdiçado entre os reservatórios e as unidades consumidores teve início em 2013, após investimento de R$ 37 milhões.

O montante foi utilizado na troca de 62 quilômetros da rede antiga por tubos de PEAD (polietileno de alta densidade), aquisição de softwares de monitoramento e controle, instalação de sensores modernos e dispositivos de redução de pressão na rede.

“Desta forma, tem sido possível manter a estabilidade da rede e reduzir a incidência de vazamentos e rompimentos”, explica a Coden.

Nova Odessa obteve classificação de “país desenvolvido” no controle de perdas de água, em 2019, conforme a Associação Internacional da Água (IWA, em inglês).

A entidade atribui categoria A de país desenvolvido (a classificação vai até D) a nações com perdas inferiores a 75 litros diários por domicílio. Nova Odessa foi aferida em 64 litros nos dois últimos anos.

Com menos água tratada perdida, a disponibilidade nos reservatórios de distribuição aumentou e, consequentemente, o volume de água retirada nos pontos de captação diminuiu, como aponta o relatório “Manual de Usos Consuntivos da Água no Brasil”, divulgado no ano passado pela ANA (Agência Nacional de Águas).

Em 2012, eram captados, em média, 17 milhões de litros de água para tratamento e distribuição. Atualmente, a média de tratamento diário é de 14 milhões de litros.

A Coden destaca que a meta é chegar a 20% de perdas até 2031, conforme prevê o Plano Municipal de Saneamento Básico 2020-2039.

“Para isso, estão previstos investimentos de mais de R$ 14 milhões em substituição de redes antigas. Até 2039, o sistema de abastecimento de água do município deve receber R$ 43,6 milhões em investimentos”, informou.

Em Sumaré, a BRK Ambiental, que assumiu o serviço em 2015, informou que foram investidos R$ 12,3 milhões para reduzir o índice, que segundo a empresa fechou em 38,3% em 2019, ano com R$ 5,5 milhões investidos.

Entre as obras, a empresa destacou a instalação de 18 macromedidores e de quatro válvulas redutoras de pressão, execução de 7,5 quilômetros de redes e a implantação da metodologia internacional “Conheça seu DMC” para setorização da cidade.

Este ano, a BRK pretende investir R$ 5,5 milhões em ações para reduzir as perdas. “Será realizada a instalação e adequação de mais 11 macromedidores, de forma a criar mais quatro zonas de macromedição, a substituição de dez quilômetros de redes antigas por novas, a substituição de 720 ligações de água por novas e a hidrometração de hidrantes e de descargas preventivas”, lista a empresa.

Além disso, 1.580 quilômetros de redes passarão por pesquisa ativa de vazamentos não visíveis e serão intensificadas as pesquisas por fraudes.

Em Hortolândia, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), responsável pelos serviços, informou que desde 2010 investiu R$ 15 milhões em ações de combate às perdas de água no município.

Houve uma queda acentuada em 2011 e a partir do ano seguinte houve pequenas oscilações, para mais ou para menos.

“Dentre as principais ações estão as trocas de ramais domiciliares, a melhoria da condição de infraestrutura, agilidade no serviço de localização e de reparo dos vazamentos não visíveis e o combate às fraudes e irregularidades”.

Segundo a companhia, entre 2010 e 2019 o índice de perdas do sistema de distribuição de água em Hortolândia caiu de 400 para 218 litros/ligação/dia.

“A Sabesp mantém ainda propostas para conscientização do uso racional da água, além de distribuir, regularmente, material de educação ambiental em suas agências, pelos técnicos no momento das leituras mensais e também por meio de palestras em escolas e programas de visitas”, informou.

As prefeituras de Americana e Santa Bárbara d’Oeste não responderam aos questionamentos da reportagem.