04/04/13 16h39

Investimentos crescem em ritmo recorde no primeiro trimestre do ano

Brasil Econômico

Os investimentos no Brasil iniciaram 2013 a todo vapor. Segundo cálculos da consultoria LCA, a formação bruta de capital fixo, o componente do Produto Interno Bruto (PIB) que mede os investimentos, deverá terminar o primeiro trimestre com crescimento de 10% se comparado com os últimos três meses de 2012. Apenas em 2009, quando o terceiro trimestre registrou um aumento de 9,8% neste quesito, houve um crescimento semelhante.
 
Para todo o ano, a consultoria espera expansão de 7,4% nestes investimentos. Em 2012, este componente registrou queda de 4%. Para o PIB, ela estima uma expansão de 3,5%. Caso as projeções da consultoria se confirmem, a taxa de investimentos pode passar dos atuais 18,1% do PIB para 19% ao final deste ano.
 
Puxado pelo crescimento da produção de caminhões e má- quinas e equipamentos, a formação bruta de capita fixo deve elevar a taxa de crescimento do PIB no primeiro trimestre do ano. Os motivos para o crescimento dos investimentos na área estão na indústria e agricultura, que investem para produzir mais e escoar seus produtos.
 
No primeiro bimestre do ano, estima a LCA, os investimentos cresceram 9% se comparados aos dois primeiros meses de 2012. Entre os indicadores que a consultoria leva em consideração para calcular sua prévia, estão as evoluções da produção de bens de capital, que apresentou alta de 13,3% no bimestre; do consumo de insumos típicos da construção, -1,1%; da importação de bens de capital, +8,7%; e da exportação, - 31,6%.
 
Antônio Madeira, economista da LCA, explica que a atuação do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social é fator chave para o otimismo da consultoria. “O BNDES mantém uma linha de crédito com juro real negativo, o que tem ajudado muito. Além disso, tem disponibilizado grandes montantes aos governos estaduais para investir em infraestrutura. Seus desembolsos têm disparado”, avalia.
 
A aprovação de projetos do BNDES cresce a uma taxa de 60% nos últimos doze meses. Após o anúncio de medidas que diminuíram as taxas do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) e da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), em agosto do ano passado, as consultas e os desembolsos do banco de fomento disparam.
 
Além disso, o governo cria novas linhas de crédito de longo prazo para financiar investimentos, principalmente em infraestrutura. A Caixa Econômica Federal já anunciou que financiará R$ 70 bilhões este ano, com foco nas concessões de logística. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, também disponibilizou recursos aos bancos privados para financiamentos de longo prazo.
 
Júlio Gomes de Almeida, ex secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, avalia que, embora os investimentos se recuperem em 2013, o grande ano será 2014. “Os reflexos das concessões de infraestrutura logística e dos investimentos em óleo e gás serão vistos a partir do ano que vem”, diz.
 
Para a formação bruta de capital fixo crescer mais de 6% este ano, explica Almeida, será necessário uma intensificação dos investimentos públicos. “A execução de obras públicas, principalmente do Programa de Aceleração do Crescimento, ditará o ritmo de expansão dos investimentos”, afirma.