Invista transfere produção dos EUA para SP
Valor EconômicoA Invista, dona da marca Lycra, expandirá em 40% a produção de fios de elastano HyFit no Brasil para atender o mercado fraldas infantis e geriátricas. A multinacional investiu US$ 100 milhões nos últimos dois anos para ampliar a operação em Paulínia (SP), que substituirá parte da fabricação feita nos Estados Unidos e destinada à América do Sul.
O fio de elastano produzido pela Lycra, chamado HyFit, é aplicado nas partes da fralda que se ajustam ao corpo, como as pernas ou a cintura. Ele é mais resistente que a borracha e, por isso, diminui o consumo de elástico por fralda. Essa tecnologia é utilizada pela indústria desde a década de 80, mas o consumo desses fios cresceu com a oferta de fraldas que vestem como roupa. A categoria foi inaugurada no Brasil em 2012, para bebês que já começaram a andar - a fralda pode ser vestida com a criança em pé. O modelo tem mais fios para melhorar o conforto e a segurança contra vazamentos.
O mercado brasileiro de fraldas descartáveis somou R$ 6,27 bilhões no ano passado, com a venda de 8,2 milhões de unidades. Segundo a Euromonitor, houve crescimento de 0,6% em valor e 3,2% em volume em relação a 2014, impulsionado pelo avanço dos segmentos mais 'premium'. "O volume do setor de fraldas segue estável neste ano, mas o segmento de alto valor agregado continua a crescer rapidamente", afirma Jorge Mazzaferro, diretor da Invista para a América do Sul.
A previsão é que as linhas de produção estejam em pleno funcionamento até julho de 2017. A fábrica de Paulínia vai responder por 70% do fornecimento da Invista para os países ao norte da América Latina (Colômbia, Peru, Equador e Venezuela), substituindo parte da produção que hoje é feita nos Estados Unidos, diz Mazzaferro. Atualmente, a fábrica brasileira responde por 20% das vendas a esses mercados.
A Lycra estima que sua participação nas vendas para o mercado de fios elásticos para fraldas na América do Sul crescerá de 86% para 89%. No Brasil, a fatia já supera os 90%,
diz o diretor. A unidade em Paulínia atende as operações locais de fabricantes como as americanas Kimberly Clark (Huggies) e Procter & Gamble (Pampers), a sueca SCA (Biofral e Tena), além dos produtores nacionais, e sustentará o crescimento esperado para o setor conforme a econômica brasileira for se recuperando.
Para negócio total, que engloba ainda a produção de fios Lycra para tecidos e de fios de nylon, os três primeiros meses do ano foram bastante difíceis no Brasil, mas depois foi iniciada uma pequena recuperação, segundo Mazzaferro. "O ano deve terminar com um pequeno crescimento de vendas, o que é considerado positivo frente à previsão de PIB (Produto Interno Bruto) negativo para o período", afirma.