24/03/09 11h58

IPI menor elevou arrecadação, diz Anfavea

Folha de S. Paulo – 24/03/2009

A redução do IPI para o setor automotivo gerou uma venda adicional de 170 mil veículos de dezembro até o fim de março. E a geração total de impostos diretos (IPI, PIS/Cofins, IOF, ICMS e IPVA) também aumentou em R$ 551 milhões (US$ 239,6 milhões) no mesmo período. Os números, calculados pelo setor, foram encaminhados ontem ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, em trabalho elaborado em conjunto pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores e pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

De acordo com o estudo, em dezembro foram vendidos 195 mil veículos, mas, sem a redução do IPI, o total comercializado teria sido de 167 mil. Já em janeiro, foram comercializados 197 mil veículos. Sem a desoneração, as vendas teriam sido de 147 mil. Em fevereiro, as vendas alcançaram 199 mil, mas seriam 149 mil sem a redução do IPI. Já em março, o mês deve fechar com um total de 240 mil veículos comercializados. Sem a redução do IPI, teriam sido vendidas 155 mil unidades.

Um dos efeitos mais favoráveis da medida, na opinião de Jackson Schneider, presidente da Anfavea, foi o aumento da geração de impostos diretos. Sem a redução do IPI, o total de impostos diretos gerados com a venda de veículos seria de R$ 5,5 bilhões (US$ 2,4 bilhões). Com a medida, foram gerados R$ 6 bilhões (US$ 2,6 bilhões), alta de 10% em relação ao que era previsto arrecadar.

Segundo o estudo, o governo perdeu apenas na arrecadação do próprio IPI, que sofreu uma queda de 44,2% (menos R$ 592 milhões / US$ 257,4 milhões) com a redução do imposto em dezembro. Mas a geração de todos os outros impostos diretos que incidem sobre os veículos aumentou. O ganho no PIS/Cofins foi de 32%, do ICMS, de 24,6%, do IPVA, de 24,6%, e do IOF, de 23,8%.