22/09/10 14h41

Iridium planeja ampliar presença no país por meio de distribuidores

Valor Econômico – 22/09/10

O mercado de monitoramento de cargas via satélite, a ampliação da cobertura das redes de terceira geração em locais remotos e a conexão sem fio entre máquinas ("machine to machine") são as apostas da Iridium no Brasil. A empresa oferece serviço móvel de voz e dados por meio de uma constelação de 66 satélites de baixa órbita (LEO - Low Earth Orbit) que opera e conta com 12 distribuidores no Brasil. "A demanda por transmissão de dados cresceu 29% e a de voz 13%, no último ano, o que mostra o potencial do segmento de comunicação entre máquinas", afirma Gustavo de Lucio, diretor regional da Iridium para a América do Sul.

Entre os clientes no Brasil, Lucio destaca a JBS Friboi, atendida por meio da Zetax Omnilink. O sistema da Iridium monitora 1,3 mil caminhões. Além das rotas, controla o combustível e velocidade média dos veículos, o que visa aumentar a segurança dos motoristas e da carga. A Zetax tem uma base instalada de 350 mil unidades de monitoramento de veículos no país. Outra distribuidora, a Tesacom, é especializada em telefones via satélite, com 4 mil terminais instalados, principalmente na área pública. Entre os clientes está a Defesa Civil do Rio de Janeiro. A NGR Telecom, de Curitiba, em parceria com a Enalta, de São Carlos (SP), desenvolveu sistemas para comunicação de máquinas na área rural para os mercados de cana-de-açúcar e grãos.

Está previsto o lançamento de 81 satélites até 2017. "A Iridium reafirma seu compromisso de cobertura e de investimentos para os próximos 20 anos", afirma Lucio. O lançamento vai consumir US$ 3 bilhões, financiado por investidores privados e pelo banco francês Coface, que aprovou uma linha de crédito de US$ 1,8 bilhão, afirma Lucio. A empresa conta com 383 mil clientes no mundo e planeja alcançar 1 milhão com os novos satélites. Em 2008, a receita da Iridium foi de US$ 320,9 milhões e, em 2009, US$ 319 milhões. No segundo trimestre de 2010, totalizou US$ 84 milhões, montante 4,6% maior comparado ao mesmo período de 2009. O lucro no trimestre caiu para US$ 3,2 milhões ante US$ 28,6 milhões obtido no mesmo período de 2009 devido às despesas relacionadas à compra da GHL Acquision, que atua em serviços.

A demanda por capacidade de satélite na América Latina vem crescendo com a banda larga e operações de TV via satélite. Rafael Guimarães, diretor de marketing da Hughes, outra empresa que atua no setor, destaca 2010 como o melhor da história da companhia no Brasil desde 2003. "As obrigações de cobertura das operadoras celulares nas redes de terceira geração garantiram bons contratos", afirma o diretor de marketing da Hughes, Rafael Guimarães. Outro segmento com demanda aquecida, segundo o executivo, é o de varejo, que contrata antenas VSAT de comunicação por satélite como backup das redes terrestres. A Hughes também estendeu contratos com os governos do Amazonas e da Bahia para o fornecimento de antenas de satélite para ensino a distância. A empresa cresceu 30% no Brasil nos últimos três anos.