21/10/10 11h43

J&J centraliza comando da AL no Brasil e corta custos

Valor Econômico

A Johnson & Johnson centraliza suas operações no mundo, nas áreas administrativa e financeira, e o Brasil comandará a nova estrutura na América Latina. Algumas decisões que afetam a empresa na Argentina já começaram a ser tomadas a partir de São Paulo, mas a integração regional deve ser completada ao fim de 2011. O plano, que começou a ser desenhado há três anos, já reduziu custos - entre 25% e 30% neste ano em relação a 2007. Mas a meta principal é tornar a companhia mais ágil. É algo considerado vital para a fabricante depois que concorrentes já andaram se mexendo nesse mesmo sentido nos últimos anos.Entre as medidas tomadas está a criação na sede do grupo no país, localizada na zona oeste da cidade de São Paulo, uma divisão chamada Global Service Finance (GSF). Esta irá gerir e supervisionar o dia a dia das áreas financeira e administrativa. A GSF vai comandar desde a compra de material de escritório das subsidiárias na América Latina até, por exemplo, a contratação de hedge (proteção) financeiro contra a flutuação do câmbio. Essa centralização das decisões, que gera maior escala nas negociações, tem por objetivo melhorar as condições dos acordos com fornecedores e bancos. Para Ana Ligia Finamor, coordenadora do MBA de Gestão Empresarial da FGV, centralizar operações para ganhar eficiência é uma mudança que pode parecer óbvia, mas que só nos últimos anos tem sido feita pelos grandes conglomerados. O que já é feito, de forma mais comum, é uma integração mais superficial. Diferentes braços de negócios de uma mesma empresa compram material administrativo juntos, por exemplo. Mas uma centralização de decisões regionais é menos comum. A Procter & Gamble é referência nesse aspecto. "A questão é que, com aquisições e o crescimento rápido das empresas de consumo, as companhias se fragmentaram muito. Com isso, acabam gastando tempo demais para identificar eventual problema ou falha no dia a dia da operação", diz Ana Finamor.