03/05/13 12h32

Japoneses mostram interesse em investir nas áreas de petróleo e infraestrutura do Brasil

Brasil Econômico

Pesos pesados da indústria japonesa estiveram em Brasília ontem para manifestar ao governo brasileiro a intenção de participar do programa de investimentos em infraestrutura. Chefiados pelo ministro da Indústria e Comércio do Japão, Toshimitsu Motegi, os 68 empresários do país asiático mostraram interesse, especialmente, nas áreas de petróleo e gás e energia renovável.

A comitiva esteve com os ministros Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e Edison Lobão, de Minas e Energia. Além disso, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, recebeu
o ministro japonês.

“Há um grande interesse dos japoneses em aturem no programa de expansão e melhoria da infraestrutura do Brasil”, comentou a Secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, após o encontro. Entre os empresários, participaram do encontro, executivos como o vicepresidente da Mitsubishi Heavy, Atsushi Maekawa, o Chairman da Honda Motors, Fumihiko Ike, o presidente da Toyota no Mercosul, Shunichi Nakanishi e o vice-presidente da Nippon Steel & Sumitomo Metel, Kozuka Shuichiro.

De olho na retomada, ainda neste ano, das rodadas de licitação de áreas de exploração do pré-sal, a comitiva informou ao ministro Lobão que pretende participar de todas as licitações. O país tem interesse em firmar parceria com a Petrobras na área de transporte e logística. O ministro japonês também ofereceu ao Brasil a tecnologia do porto flutuante, que funciona a 200 quilômetros da costa.

Os dois países querem ainda intensificar a parceria no setor naval. Atualmente, há a participação da Kawasaki Heavy Industries no Estaleiro Enseada do Paraguaçu S.A e a parceria tecnológica entre a IHIMU, controlada pela Mitsui, e o Estaleiro Atlântico Sul (EAS). Segundo membros da delegação empresarial, o Japão dispõe hoje da melhor tecnologia em matéria de transportes de navios rápidos. Lobão ressaltou o investimento de U$ 236 bilhões a serem feitos pela Petrobras nos próximos cinco anos. “Os japoneses precisam se habilitar”, disse Lobão à comitiva. O ministro de Minas e Energia também lembrou que em dez anos, o número de pessoas trabalhando nos estaleiros brasileiros saltou de 4 mil para 80 mil.

O setor de mineração é outra área de interesse dos japoneses. Segundo interlocutores que estiveram no encontro, eles aguardam o novo marco regulatório para apresentarem propostas. Não só infraestrutura foi tema dos encontros. Empresários dos mais variados ramos, como televisão, nanotecnologia, automóveis, apresentaram suas prospecções para o Brasil.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, propôs investimentos no desenvolvimento da cadeia industrial de semicondutores e displays, lembrando que o Brasil adotou o padrão nipônico de tevê digital, que influenciou a maioria dos países da América do Sul.

O ministro de comércio brasileiro aproveitou a visita do homólogo brasileiro para pedir apoio do Japão na candidatura do brasileiro Roberto Azevedo para diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC). “O Japão concorda com o Brasil que o sistema OMC precisa se fortalecer”, foi a resposta que ouviu de Motegi, que preferiu não explicitar o apoio. ■