28/08/09 10h01

JBS cria empresa para atuar em couro

Valor Econômico

A JBS S.A, maior empresa global de carne bovina, vai estrear no segmento de couro no país, mercado em que Bertin S.A e Minerva S.A já têm atuação importante hoje. A companhia comunicou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ontem que o conselho de administração aprovou a constituição da sociedade JBS Couros Ltda, que será sua subsidiária. Com a nova empresa, a JBS entra na industrialização, comercialização, importação e exportação de couros, um dos setores mais afetados pela crise financeira global que reduziu a demanda de indústrias automotivas e de móveis pela matéria-prima. O conselho de administração também aprovou a capitalização da JBS Couros em até R$ 50 milhões (US$ 27 milhões), para financiar os investimentos iniciais da nova empresa.

Num primeiro momento, a JBS Couros fará contratos de prestação de serviços com curtumes para processamento do couro bovino proveniente das unidades de abate de bovinos da JBS no país. Atualmente, o frigorífico vende a curtumes nacionais todos os couros que produz, entre 20 mil e 22 mil unidades por dia. A partir de agora, porém, terceiros processarão parte desse couro para que a nova empresa os comercialize.

A intenção da JBS é crescer no segmento de couros e para isso a empresa pode fazer aquisições de curtumes. Candidatos não faltam já que a queda das exportações do produto nacional, por causa da turbulência financeira, deixou várias empresas em crise.

Chama a atenção a entrada da JBS em couros justamente num dos piores momentos do setor. Os números não deixam dúvidas quanto a isso. De janeiro a julho deste ano, o volume de vendas dos curtumes brasileiros ao exterior caiu 52% em relação a igual período do ano anterior. Para analistas, a investida da empresa está relacionada a uma perspectiva de melhora na demanda por couro com os sinais de que a recessão está perto do fim em importantes consumidores, como países europeus.