09/10/08 15h56

Kaspersky acirra briga no mercado de antivírus

Valor Econômico – 09/10/2008

Até agora, a maioria dos programas que protegem os computadores de vírus e outros tipos de ameaças virtuais baseiam-se na chamada lista negra: uma relação de códigos reconhecidamente perniciosos, que são identificados e extraídos da máquina. Agora, a companhia russa Kaspersky Lab quer ganhar espaço com uma estratégia oposta: uma lista branca, composta de programas benignos. Ao reconhecer, de um lado, as ameaças reais e, de outro, os códigos seguros, o software de proteção pode concentrar-se na zona cinzenta de programas que não se encaixam em nenhuma das categorias, mas podem revelar-se perigosos a qualquer momento, exatamente porque costumam passar despercebidos. "Ao longo dos anos, novas abordagens apareceram para controlar os novos tipos de cybercrimes", conta Eugene Kaspersky, co-fundador e presidente da companhia. "Pensamos em fazer o processo inverso à lista negra, um banco de dados que relaciona mais de 400 milhões de programas benignos", explica o empresário. A novidade integra o novo pacote de segurança da empresa, batizado de Kaspersky Security 2009. "Além da sofisticação dos ataques cibernéticos, o mercado se assusta cada vez mais com o volume deles", diz Steve Orenberg, presidente da Kaspersky Lab para as Américas. Em 2007, a companhia registrou 2 milhões de amostras suspeitas de vírus - um montante maior que em seus dez anos anteriores de trabalho somados. Para esse ano, a estimativa é de reunir 15 milhões de amostras desse tipo, que são encaminhadas para o laboratório da empresa, em Moscou, para análise. A Kaspersky foi criada há 11 anos e, segundo seus executivos, já é a terceira maior companhia do setor, atrás da Symantec e da Trend Micro. Eugene Kaspersky diz estar animado com o crescimento da companhia. Quando perguntado sobre possíveis fusões, ele responde rápido: "Não estou interessado em vender o negócio". Na América Latina, o processo de expansão começou em 2004. Nos últimos dois anos, segundo dados da companhia, as vendas na região aumentaram 750%. Para administrar esse mercado, a empresa conta com seis escritórios: Brasil, México, Argentina, Panamá, Equador e Flórida. As operações no Brasil representam 40% dos negócios no mercado latino-americano. No ano passado, a companhia alcançou uma receita global de US$ 204 milhões. Em 2008, a previsão é de atingir um faturamento de US$ 370 milhões.