12/09/19 14h24

Lançamentos imobiliários crescem 98% no ABC; Santo André lidera pesquisa

Os lançamentos de imóveis na região do ABC cresceram quase 100% no primeiro semestre de 2019 em relação ao mesmo período do ano anterior

ABC do ABC

Foram 1.062 unidades lançadas na região entre os meses de janeiro a junho, de acordo com a Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC (ACIGABC). O montante destes lançamentos chegou à ordem dos R$ 344 milhões. ACESSE A PESQUISA

A cidade de Santo André foi a responsável por grande parte deste resultado, com nada menos do que 908 unidades lançadas no período. “Chama a atenção o desempenho de Santo André, com um aumento de 234% de lançamento e alta de 47,5% nas vendas”, afirma Marcus Santaguita, presidente da ACIGABC.

A “vizinha" Diadema também registrou sua parcela de lançamentos, com 154 unidades, totalizando R$ 39 milhões. Já as cidades de São Bernardo, São Caetano e Mauá, não lançaram imóveis neste primeiro semestre.

De acordo com Santaguita, o resultado expressivo em termos de lançamentos demonstra um aumento do índice de confiança dos empresários do setor em relação à situação político-econômica do país.

 

TIPOS DE IMÓVEIS

A pesquisa divulgada pela ACIGABC também trouxe dados interessantes em relação à tipologia dos imóveis vendidos. Em relação ao número de dormitórios, os de 2 quartos; e com área útil entre 45 metros quadrados e 65 metros quadrados tiveram a maior representatividade, com 882 unidades vendidas.

Os imóveis de 3 dormitórios vendidos foram 180, sendo: 40 unidades de entre 65 metros quadrados e 85 metros quadrados; 80 unidades de 85 metros quadrados a 130 metros quadrados e 60 unidades com acima de 130 metros quadrados.

 

ESTOQUES DE IMÓVEIS BAIXOS NO ABC; DEMANDA REPRIMIDA

Em contrapartida, os estoques ainda são reduzidos para suprir uma demanda reprimida de consumidores em virtude da queda histórica dos últimos anos na região. Isso porque houve queda de 8% no primeiro semestre quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Atualmente, o volume está em 1829 unidades. "Isso também traz uma expectativa d recuperação nos preços dos imóveis, uma vez que as unidades lançadas não estão sendo suficientes para repor o estoque”, diz o executivo da ACIGABC.

Santaguita explica que, por conta da grande demanda reprimida, há atualmente uma inversão na curva oferta x demanda.

Em abril deste ano, a ACIGABC divulgou a queda histórica ocorrida nos últimos anos associada ao ambiente de segurança jurídica, juros menores e inflação sob controle, o que levou as empresas do setor a tirarem os projetos da gaveta.  

 

VELOCIDADE DE VENDA SOB OFERTA (VSO)

A velocidade de vendas sobre oferta, conhecida no mercado imobiliário como VSO, também registrou significativa alta, da ordem de 32% em junho deste ano no comparativo com o ano passado. Este ganho do mercado é importante, avalia Santaguita, justamente porque equilibra a relação entre oferta e demanda, o que permitirá um novo fôlego para o segundo semestre. “Nossa expectativa para a segunda metade de 2019 é de uma recuperação um pouco mais expressiva, com o avanço das reformas da previdência, tributária e de liberdade econômica, gerando assim um ambiente mais saudável para os negócios”, afirma.

 

QUEDA NAS VENDAS

As vendas de imóveis no ABC tiveram uma queda da ordem de 48% no primeiro semestre de 2019. Isso representa um total de 769 unidades vendidas e volume de vendas de R$ 271 milhões. De acordo com a entidade, o resultado se dá em virtude do endividamento dos consumidores e em relação à manutenção de emprego e renda, bem como pela queda nos investimentos, principalmente por parte da indústria, que está aquém do esperado.

Em comparação com a região metropolitana, o ABC representa 38% no total de unidades vendidas e 34,25% nos lançamentos. Já em relação à capital, o ABC representa 5,77% dos imóveis lançados neste primeiro semestre de 2019.