Lenovo se torna líder mundial em PCs
O Estado de São Paulo
No terceiro trimestre, empresa chinesa vendeu 13,8 milhões de computadores no mundo, superando pela primeira vez a americana HP
O reinado de seis anos da Hewlett-Packard como a maior fabricante de computadores pessoais do mundo foi encerrado pela chinesa Lenovo, o que aumenta os desafios que se apresentam para Meg Whitman, presidente da HP, no seu esforço para retomar o crescimento da gigante americana da tecnologia.
O grupo Lenovo, que deu um salto no mercado ao adquirir a unidade de PCs da IBM, há sete anos, respondeu por 15,7% das vendas globais no terceiro trimestre, frente aos 15,5% da HP, segundo a empresas de pesquisa de mercado Gartner.
A Hewlett-Packard, que mantinha o primeiro lugar desde 2006, perdeu pontos em meio a trocas na direção e mudanças de estratégia que incluíram um possível desmembramento da divisão de computadores pessoas, perspectiva abandonada depois por Meg Whitman. A companhia foi duramente afetada pela desaceleração observada em todo o setor, provocada pela crise econômica e pela concorrência dos dispositivos móveis, como o iPad, da Apple.
"Além de adquirir outras companhias, a Lenovo também adotou uma posição mais agressiva em termos de preços, especialmente no mercado profissional", disse a empresa de pesquisas, num comunicado. "Como resultado, o grupo registrou ganhos em termos de fatia de mercado nos últimos dois anos, superando as taxas médias de crescimento em todas as regiões." A Lenovo, com sede em Pequim vem desenvolvendo a unidade de PCs que adquiriu da IBM.
As vendas de computadores da HP despencaram depois de a empresa informar seus planos para desmembrar a divisão há alguns meses, decisão que Meg Whitman descartou logo após assumir o comando do grupo. Ela disse a analistas que a empresa vai "defender sua posição número um no segmento de PCs".
Dificuldades. A desaceleração do crescimento também está causando dificuldades para líderes do setor como Intel e Microsoft. A Intel deve reportar sua primeira queda sequencial nas vendas do primeiro trimestre em mais de duas décadas, e os analistas preveem que a Microsoft este ano também registrará sua primeira queda de vendas em dois anos.
Os dados divulgados ontem contrastam com os da década passada, quando a indústria de computadores pessoais registrou crescimento de dois dígitos por muitos anos, à medida que empresas e lares adquiriam seus computadores e notebooks. Essas compras despencaram quando um número sempre maior de pessoas passou a adquirir o iPad ou novos smartphones.
O setor está esperando uma expansão com o lançamento este mês da nova versão do sistema operacional que é o principal produto da Microsoft.