15/07/13 14h53

Libra pede investimento de pelo menos US$ 200 bi

Folha de S. Paulo

Campo de petróleo tem reserva estimada entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris


Investimento terá que ser rápido; área na bacia de Santos vai a leilão em outubro para contrato de 35 anos


O consórcio que vencer a disputa pelo campo de Libra, primeira área do pré-sal a ser leiloada sob o regime de partilha, deverá gastar entre US$ 200 bilhões e US$ 300 bilhões (R$ 452 bilhões e R$ 678 bilhões, pela cotação de ontem) para iniciar a produção. Os cálculos --o valor mais alto equivale a 12% do PIB brasileiro em 2011-- incluem a instalação de 12 a 18 plataformas no campo, ao custo de US$ 1 bilhão a US$ 1,5 bilhão cada uma.


Leva em conta também entre 60 e 90 embarcações de apoio e sistemas complexos no fundo do mar.


Uma avaliação da ANP (Agência Nacional do Petróleo), considerada conservadora, estima que o campo poderá atingir, em seu auge, produção superior a 1 milhão de barris diários.


A Petrobras terá que desembolsar ao menos 30% do total. Pela legislação, este é o percentual mínimo de participação da estatal no consórcio que irá explorar o campo.


Quando estiver produzindo 1 milhão de barris, Libra poderá render ao consórcio vencedor cerca de US$ 100 milhões ao dia, se o barril de petróleo mantiver a cotação atual, em torno de US$ 100.


PROMESSA
Libra, localizado na bacia de Santos, é a maior descoberta de petróleo feita no país. Será leiloado no próximo dia 21 de outubro, em um hotel no Rio de Janeiro.


Ao contrário dos leilões feitos até hoje pela agência, Libra não oferece risco para o futuro dono.


Um poço já foi perfurado e estudos da ANP apontam para reservas recuperáveis de 8 bilhões a 12 bilhões de barris.


Hoje, as reservas totais comprovadas do país são de 15 bilhões de barris.


O consórcio vencedor de Libra terá o compromisso de furar mais dois poços durante a exploração (ao custo de cerca de US$ 100 milhões por poço), e de realizar um estudo tridimensional da área.


Na avaliação da diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, a produção deverá começar cinco anos após a assinatura do contrato, prevista para ocorrer em novembro.


"Esse prazo é para fazer no ritmo que o Brasil precisa", afirmou a executiva.


Ela acrescentou que as regras do edital do leilão forçam o consórcio vencedor a começar a produção o mais rápido possível, já que estipula o prazo de 35 anos não prorrogáveis para o contrato.


Destes, quatro anos serão para exploração e mais um para iniciar a produção, o que deverá ocorrer apenas a partir de 2019.


O edital, lançado no último dia 10, está sob consulta na ANP e poderá receber sugestões até o próximo dia 19.


Mas esse prazo poderá ser prorrogado, segundo Magda, "por dois ou três dias", porque a indústria teria considerado o período de dez dias concedido pela agência "muito apertado".


"Estamos estudando prorrogar o prazo, mas temos que medir a consequência lá na frente para ver se não atrapalha a data do leilão", afirmou.


O consórcio para o leilão de Libra será formado no máximo por sete empresas, incluindo a Petrobras e a PPSA (Pré-sal Petróleo S.A.).


Anteriormente, o governo havia pensado em permitir a participação de pelo menos mais sete empresas além das duas estatais, com fatia mínima de 10% para cada uma. Voltou atrás para evitar um grande número de empresas participantes.