29/05/08 11h40

Licitação agita agências de relações públicas

Valor Econômico - 29/05/2008

As agências de comunicação que atuam no Brasil esperam, com ansiedade, a definição de uma licitação pública que está em curso em Brasília. Além do valor envolvido - R$ 15 milhões (US$ 9,1 milhões), uma soma significativa para as empresas do setor -, a licitação desperta interesse porque as agências vêem nela uma mudança de comportamento capaz de abrir um novo e intenso fluxo de negócios com o setor público. "É a primeira vez que o governo federal lança uma licitação dirigida ao mercado de comunicação empresarial e esperamos que os governos estaduais e municipais façam o mesmo", diz Francisco de Carvalho, diretor no Brasil da Burson-Marsteller, multinacional de relações públicas e uma das 13 empresas habilitadas a participar da licitação. Na prática, alguns ministérios e empresas públicas, caso da Embratur, já fazem licitações diretas para o segmento há cerca de dois anos. A grande diferença, agora, é que a licitação partiu diretamente da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República, o que intensifica sua repercussão na esfera federal em escala nunca vista até agora. Até agora, a prática do governo federal era fazer licitações para agências de publicidade, que tinham a permissão para subcontratar os serviços de relações públicas. O arranjo sempre desagradou as empresas de comunicação. A nova licitação faz parte de um plano de comunicação que começou a ser desenvolvido pela Secom em maio do ano passado para promover a imagem institucional do Brasil no exterior. O impacto no mercado pode ser enorme. No ano passado, segundo dados da Abracom, as cerca de 1,1 mil agências de comunicação existentes no país obtiveram uma receita de R$ 850 milhões (US$ 515,2 milhões), 15% superior ao faturamento de 2006. A projeção para este ano é uma evolução de 20%, mas se a contratação direta dos órgãos públicos prevalecer, a possibilidade é de que o mercado dobre de tamanho.