11/02/10 10h48

Líder global em ração faz joint venture com companhia brasileira

Valor Econômico

A brasileira Fri-Ribe e a holandesa Nutreco fizeram uma joint venture para atuar no mercado de alimentação e nutrição animal no Brasil e criaram a Nutreco Fri-Ribe. A empresa brasileira ficou com 49% do capital social da nova companhia e a Nutreco, com 51%. O grupo holandês é um dos maiores do mundo no mercado de nutrição animal, com faturamento global anual da ordem de € 5 bilhões.

Apesar da maior participação da empresa holandesa, a gestão da nova companhia será feita pelo grupo brasileiro e as decisões estratégicas serão tomadas conjuntamente. Cada uma das empresas terá dois assentos no conselho administrativo da Nutreco Fri-Ribe, sendo que a execução ficará a cargo da Fri-Ribe, que colocou à frente do processo Eduardo Marchesi de Amorim, a segunda geração da família no comando da empresa.

Na prática, a união entre as duas empresas permitirá que os produtos e tecnologias desenvolvidos pela Nutreco no exterior sejam trazidos para ser produzidos no Brasil. A Fri-Ribe tem cinco unidades de produção nos Estados de São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Ceará e Piauí, que processaram 140 mil toneladas no ano passado e serão a base operacional da nova empresa. "O desenvolvimento dos produtos será feito no Brasil. Vamos continuar importando aquilo que sempre veio de fora, como alguns tipos de vitaminas", diz Amorim.

Na mira da parceria está um mercado de pouco mais de 60 milhões de toneladas em produtos e que movimenta R$ 16 bilhões (US$ 8,7 bilhões) por ano, no qual atuam grandes companhias como Evialis, Guabi e Purina, atuais líderes do segmento. A meta da Nutreco Fri-Ribe é estar entre as duas maiores do mercado nos próximos dez anos. Um terço das vendas da Fri-Ribe no Brasil é destinado ao segmento de alimentação de gados bovino de corte e de leite. Outro terço se refere às vendas para a aquicultura e o restante está dividido entre os segmentos de aves, suínos, animais de companhia e equinos. Em 2009, a empresa registrou faturamento de R$ 143 milhões (US$ 72,6 milhões).

Apesar da parceria levar em conta oportunidades de negócio não apenas no Brasil, o foco será o mercado interno, com ênfase para segmentos que têm potencial de crescimento. Entre eles estão a pecuária de corte e de leite, além do mercado de ração para aquicultura. Dados do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações) mostram que a aquicultura é responsável por menos de 3% da produção brasileira de ração. As estimativas do mercado indicam que esse número pode crescer de quatro a cinco vezes nos próximos anos.