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Livrarias aumentam as vendas até junho

Valor Econômico - 10/07/2008

Negar um brinquedo para uma criança é tarefa difícil para boa parte dos adultos, mas considerada necessária por questões econômicas ou pedagógicas. Mas se o pedido do pimpolho for um livro, muitos acabam cedendo para incentivar o hábito de leitura. E as livrarias, que vêm investindo no público infantil, colhem bons resultados. No primeiro semestre as principais redes do país registram crescimento de 10% a quase 60% nas vendas, em relação ao mesmo período do ano passado - o segmento infanto-juvenil ajudou a ampliar essa receita. O interessante é que este desempenho positivo ocorre já entre janeiro e junho, período que costuma ser fraco em número de lançamentos nas livrarias. Na Livraria Cultura houve um aumento na receita de 29% nos primeiros seis meses do ano, quando comparado a igual semestre do ano passado. A venda de livros para crianças foi ainda mais expressiva, crescendo 32%. As publicações de ficção e não-ficção tiveram altas de 23% e 18% nas vendas, respectivamente, no período. O faturamento da Livraria Cultura no ano deverá fechar em cerca de R$ 240 milhões (US$ 150 milhões), aproximadamente R$ 50 milhões (US$ 31,3 milhões) a mais do que o resultado colhido em 2007. A Saraiva, que adquiriu a Siciliano em março deste ano, encerrou o primeiro trimestre com lucro líquido de R$ 9,7 milhões (US$ 6,1 milhões), o que representa um acréscimo de quase 60% em relação aos três primeiros meses do ano anterior. Já especificamente entre os livros infantis, a alta foi de 50% no período. Com 185 franquias e uma loja própria, a Nobel também está toda animada com a demanda da molecada. Enquanto o crescimento médio da receita das lojas foi de 10%, as vendas de títulos infantis saltou 20% no semestre. A meta da rede é chegar ao final do ano com faturamento de R$ 140 milhões (US$ 87,5 milhões), 200 unidades no país e cerca de 25 no exterior. Conhecida pela variedade de livros de arte que possui em suas estantes, a Livraria da Vila também aposta na criançada. Todas as suas sete unidades têm espaços voltados para o público infantil. De fato, uma parte das famílias brasileiras já encara a visita às livrarias como um programa de lazer, em especial nas lojas que reservam um espaço para crianças. Com 5 mil títulos infantis, a receita da francesa Fnac no primeiro semestre aumentou 20%.