12/09/12 10h13

Localfrio investe R$ 20 milhões em terminal

A Tribuna

Após 25 anos no Porto de Santos, a Localfrio, que administra um terminal retroportuário no Guarujá, está com um ambicioso plano para aumentar a sua participação no complexo santista. Com um investimento de R$ 20 milhões, a empresa pretende iniciar nos próximos 20 dias as obras de expansão da sua segunda instalação para armazenagem de mercadorias e contêineres, dobrando a movimentação mensal.

O terreno, adquirido há um ano, também fica na Margem Esquerda e possui aproximadamente 90 mil metros quadrados. Atualmente, o local é utilizado apenas para o transbordo de açúcar e algodão. Após as alterações estruturais, a Localfrio pretende priorizar a armazenagem de químicos e, futuramente, de carga geral. Para que esse objetivo seja alcançado, a área ganhará oficinas, um novo armazém de 25 mil metros quadrados e um escritório.

A instalação de 150 tomadas reefers (para contêineres refrigerados), a compra de empilhadeiras - que demandará R$ 5 milhões - e ainda o investimento em pavimentação também integram o projeto. “Hoje existe uma estrutura pequena e apenas um terço do terreno está blocado. Temos um armazém pequeno, um armazém inflável, e alguns contêineres onde improvisamos o escritório. Só temos 30% pavimentado”, explicou o presidente da Localfrio, Hélio Vasone Jr.

Segundo ele, a liberação dos recursos e o início dos trabalhos este mês será possível, devido às autorizações expedidas pela Cetesb e pela Prefeitura há cerca de dois meses. A ampliação do contrato de locação, que passou de cinco para 20 anos, também incentivou a empresa.

“Conseguimos todas as licenças ambientais e vamos começar parte das obras daqui a 20 dias. A preferência vai ser para químicos e depois vamos começar a construir mais um armazém para então começar a mexer com carga geral”, destacou.

A expectativa de movimentação é de 3 mil contêineres por mês, o dobro do que é operado hoje, ou seja, 1.500 cofres.

Terminal I

A ampliação da nova instalação também deverá trazer ganhos para o terminal I da Localfrio, já que o terreno atual, também de cerca de 90 mil metros quadrados, poderá ter mais espaço com a transferência de uma câmara frigorificada para o segundo empreendimento.

Caso a mudança realmente ocorra, a companhia pretende garantir um incremento de até três mil contêineres. A principal diferença entre os dois terminais está no alfandegamento, existente apenas na primeira área. Ele consiste na autorização, pela Receita Federal, para o trânsito de veículos, mercadorias e viajantes procedentes do exterior.

Um investimento de R$60 milhões no terminal I também está previsto pela Localfrio, se o novo plano de concessões para os portos brasileiros, previsto para ser apresentado pelo Governo Federal este mês, for positivo para a empresa. Isso porque, a operadora é uma das 20 que está com o seu contrato de arrendamento próximo de vencer. Conforme a lei atual, a Localfrio poderá se manter no terminal I até 2019.

“O nosso contrato vence em 2016, podendo ser prorrogado por mais 3 anos, então contamos como 2019. (Com essa indecisão) podemos investir em equipamentos, mas estrutura fica difícil”, mencionou.

A indecisão sobre a situação da atual instalação também foi um dos motivos que levou a empresa a novos investimentos. Com a ampliação do terminal II, a Localfrio terá a chance de continuar no Porto, mesmo que a presidente Dilma Rousseff decida licitar todos os contratos que estão expirando o prazo de validade e a Localfrio não venha ser a vencedora da nova concorrência.

“Pena que não é alfandegado, mas com o crescimento do comércio exterior, a própria Receita Federal vai ter que licitar ou abrir outros terminais alfandegados. A gente também pode tentar alfandegar em uma licitação pública se houver lá na frente. Também pensamos em adotá-lo para redex”.

O redex é um recinto especial não alfandegado de zona secundária, onde pode ser processado o Despacho Aduaneiro de Exportação sob autorização da Receita Federal.

Além de Santos, a Localfrio também está com projetos no Porto de Suape, em Pernambuco, onde já foram compradas duas empresas alfandegadas, um terreno de 100 mil metros e uma transportadora. “Nosso faturamento deve subir uns 30% a 40% este ano”, disse Vasone Jr.