26/11/09 11h12

Magazine Luiza começa a tomar medidas para abertura de capital

O Estado de S. Paulo

Depois de perder a disputa do Ponto Frio para o Pão de Açúcar na reta final, o Magazine Luiza começou a preparar um plano de capitalização, que pode culminar finalmente na abertura de capital da companhia. Há um mês, a rede de varejo de Franca contratou um dos executivos responsáveis pelo IPO da Visanet (atual Cielo) - a maior oferta inicial de ações feita no País neste ano - para tocar esse projeto.

"Ninguém vai assistir de braços cruzados ao ataque da concorrência. Acredito que um movimento desses (a compra do Ponto Frio pelo Pão de Açúcar) catalise uma capitalização, que pode ser um IPO, a entrada de um fundo de private equity, uma emissão de debêntures, entre outras alternativas que existem", afirma Vitor José Fabiano, o novo diretor financeiro do Magazine Luiza.

Há anos o Magazine Luiza anuncia sua pretensão de abrir o capital. Mas a empresa nunca se preparou de fato para vender suas ações na Bolsa de Valores. A chegada de Fabiano deixa esse rumo mais definido. "É necessário que se coloque em prática medidas de governança corporativa, de processos, de gestão, de sistemas. E quanto melhor você prepara, melhor sai o IPO. Na Visanet, esse processo levou mais de dois anos. Aqui, vai passar pelo mesmo caminho", diz Fabiano. "Primeiro, a gente precisa arrumar a casa para uma capitalização, e só depois vamos definir como será o crescimento - se abrindo lojas ou fazendo aquisições."

Segundo fontes do mercado, essa iniciativa de capitalização do Magazine Luiza teria sido fruto da pressão do Capital Group, fundo americano que em 2005 comprou uma participação de 12,36% na rede de varejo. Como em qualquer operação do gênero, há data de saída. E o IPO ou a venda total ou parcial da empresa para outro grupo costumam ser as formas de "desinvestimento".

A atuação do fundo ainda é tímida no País. Além do Magazine, a divisão de private equity do Capital Group tem participação na São Teófilo - um veículo de investimento que detinha participação na Aracruz - e na Arcos Dorados, grupo argentino detentor da licença exclusiva da operação da rede de fast food McDonald"s na América Latina, incluindo o Brasil.