25/11/10 11h16

Magneti Marelli dobrará produção de câmbios

Valor Econômico

A Magneti Marelli, fabricante de autopeças controlada pela italiana Fiat, pretende duplicar a produção de câmbios automatizados no Brasil até 2012, diante do crescimento natural da demanda por esse tipo de componente, que difere do câmbio automático pela possibilidade de aplicação em qualquer tipo de transmissão mecânica, e de acordos de fornecimento com novas montadoras. Além disso, pretende elevar dos atuais 60% para 80%, já no próximo ano, o índice de nacionalização dos câmbios produzidos na fábrica de Hortolândia, no interior de São Paulo.

Atualmente, a tecnologia Free Choice, desenvolvida no país pela Magneti Marelli, é utilizada em toda a linha Fiat Dualogic e na série I-Motion da Volkswagen. Contudo, já há conversas "avançadas" com outras montadoras para fornecimento do sistema. "Estamos trabalhando para oferecer tecnologia de ponta a preços mais competitivos, já que o câmbio automatizado tem custo 50% mais baixo que o automático", diz o presidente do grupo no Mercosul, Virgilio Cerutti. Além de oferecer custo menor, afirma o executivo, o câmbio automatizado permite ao motorista optar pela troca de marchas manual ou automática, conforme a necessidade, e elimina o pedal.

Conforme Cerutti, apesar de ter sido desenvolvida no país, a tecnologia ainda utiliza elevado volume de componentes importados, por conta da inexistência de fornecedores locais. Para alcançar o índice de nacionalização pretendido de 80%, a companhia italiana vem trabalhando em projetos para desenvolvimento e industrialização no país de vários itens. "No médio e longo prazos, é muito mais estratégico localizar no Brasil a produção desses itens", explica o executivo. "No curto prazo, o real forte pode não ser favorável, mas nosso foco vai além."

O Free Choice, conta Cerutti, começou a ser desenvolvido no país em 2003, em razão do perfil do consumidor brasileiro. Com investimentos de aproximadamente R$ 30 milhões (US$ 17,7 milhões) até 2009, a fábrica de Hortolândia concentrou a produção desses sistemas. Hoje, a linha opera perto da plena capacidade, de 100 mil unidades ao ano. Em 2009, o volume produzido cresceu 140% na comparação com o ano anterior e, em 2010, a expectativa é a de que a taxa de expansão suba a 150%. Agora, a meta da Magneti Marelli é elevar a 200 mil unidades por ano a produção em Hortolândia, com investimentos que devem girar em torno de R$ 28 milhões (US$ 16,5 milhões).