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Mahle do Brasil está atenta a aquisições e é referência no grupo

Valor Econômico - 27/06/2008

Por conta da aquisição da Metal Leve, em 1996, a subsidiária brasileira da Mahle tornou-se a única empresa do grupo listada em bolsa. Nem mesmo a matriz, com sede na Alemanha, está no mercado de capitais. O registro de companhia aberta foi concedido à Metal Leve há 21 anos. Segundo Axel Erhard Brod, vice-presidente da Mahle no país, por enquanto não existe nenhuma intenção de sair da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Para ele, a possibilidade mais viável de utilização do mercado de capitais seria para uma aquisição. A aquisição de empresas brasileiras na década de 90 foi uma das mais bem-sucedidas estratégias na história do grupo Mahle. A experiência no país serviu de exemplo para negociações semelhantes no resto do mundo, segundo o presidente mundial do grupo Mahle, Heinz Junker. Ao decidir comprar parte da Metal Leve - e, em seguida, o controle total da empresa - e um ano mais tarde parte da Cofap, outra empresa brasileira, a multinacional adquiriu a capacidade de produzir conjuntos completos de motores. No caso, juntou a tecnologia na produção de peças distintas, como os pistões da Metal Leve e os anéis da Cofap. Em março, o grupo fez duas aquisições. Comprou a divisão de componentes para motores da americana Dana, com 39 fábricas em todo o mundo e três no Mercosul. No mesmo mês, a companhia adquiriu a Edival, uma fábrica de válvulas da Argentina. Junker, presidente mundial da companhia, conta que hoje as demais fábricas da Mahle em todo o mundo trabalham com o sistema de conjuntos de peças, a experiência testada no Brasil e que garante hoje o avanço da empresa no país. O peso da operação brasileira e de toda a América do Sul tem crescido. A participação das vendas da região em uma companhia que fatura US$ 7,5 bilhões por ano passou de 8% para 12% entre 2003 e 2007. Junker esteve no Brasil mais uma vez esta semana para inaugurar ontem o novo centro tecnológico da empresa, em Jundiaí (SP), um pólo de desenvolvimento de componentes de ponta, que servirá tanto para os produtos fabricados pela própria empresa como também venderá serviços de engenharia para as montadoras.