23/10/18 13h38

Maior aeroporto do país, Guarulhos inicia nova fase de expansão

Airway

*Ricardo Meier

Principal portão de entrada internacional do Brasil e maior hub nacional, o Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, tem passado por mudanças importantes desde a concessão à iniciativa privada em 2012. Ganhou um novo terminal internacional e viu seus antigos terminais 1 e 2 serem modernizados – além de passar a contar com mais lojas, estacionamento e serviços.

Mas a estagnação da demanda projetada nos últimos anos, somada à crise econômica e às dificuldades financeiras dos sócios da GRU Airport, concessionária que assumiu o aeroporto, frustraram os planos de expansão do terminal.

O resultado pode ser notado por alguns aspectos em que o aeroporto paulista é inferior a outros grandes terminais brasileiros. Um deles é a quantidade insuficiente de pontes de embarque mesmo após a inauguração do Terminal 3. Hoje Guarulhos possui 45 equipamentos desse tipo, 13 a menos que o Galeão, o maior nesse quesito no país. O dado é mais grave quando lembramos que Cumbica movimenta mais que o dobro de passageiros que o aeroporto fluminense. Ou seja, para cada ponte de embarque de Guarulhos existem quase 840 mil usuários por ano contra apenas 280 mil no caso do Galeão.

Como é impraticável que todos eles embarquem e desembarquem por pontes isso acaba refletindo em desconforto para os passageiros que são obrigados a um procedimento remoto, mais demorado e que exige o uso de ônibus para chegar ou sair do terminal. Por essa razão, a concessionária começa a colocar em prática uma nova rodada de ampliação e modernização do aeroporto.

A primeira parte dessa nova fase já pode ser notada pelos usuários. São a instalação de seis pontes de embarque, duas delas no Terminal 3 e o restante no píer oeste do Terminal 2. Embora não possam resolver a carência por esse equipamento, elas devem aliviar um pouco a situação das operações enquanto a obra mais importante não é concluída, a construção da segunda parte do Terminal 3.

Enquanto as quatro pontes do Terminal 2 aproveitam pequenos espaços disponíveis na ponta do píer as duas estruturas em construção no Terminal 3 fazem parte do projeto original e se localizam logo no início do prédio hoje onde existe uma posição de estacionamento remoto. Todas elas devem ser entregues até o final deste ano.

Além dessas obras, a GRU Airport também tem realizado mudanças dentro dos terminais como na antiga “Asa A” além de investir num novo terminal de ônibus externo numa área onde antes ficava parte do estacionamento descoberto.

CAPACIDADE AMPLIADA

Hoje a capacidade de Guarulhos é de 50,5 milhões de passageiros por ano para um movimento que deve voltar a ficar na casa dos 40 milhões de usuários. Ou seja, há espaço para recebê-los, porém, com gargalos. Ainda assim, impressiona lembrar que antes da concessão Guarulhos tivesse apenas 25 pontes de embarque e 79 posições para aeronaves (hoje são 123), o que exigia malabarismos para movimentar os aviões.

Esses gargalos, no entanto, têm prazo para acabar. Em 2019, a GRU Airport dará início à expansão do pátio de aeronaves e no ano seguinte será a vez do esperado píer remoto do Terminal 3. Construídos a leste do Terminal 3 eles ampliarão significativamente a capacidade do aeroporto e devem ficar prontos no início da próxima década.

Com o píer também será preciso ampliar o prédio processador, que possui uma área reservada para isso, mas a concessionária não deu detalhes a respeito dessa obra. De qualquer forma, os passageiros internacionais, hoje responsáveis por quase 40% do movimento, precisarão percorrer um túnel a partir do Terminal 3 para chegar ao futuro prédio remoto, em inglês chamado de “concourse”, um tipo de construção inédito no país, mas comum em aeroportos como o de Atlanta ou Madri.

Ele terá um projeto semelhante ao do terminal atual até onde se sabe, com a configuração de pisos separados para embarque e desembarque. Quando a concessão terminar, em 2032, a capacidade do aeroporto de Guarulhos deverá girar em torno de 60 milhões de passageiros. Espera-se então que a maioria não precise utilizar ônibus para se deslocar até os aviões.