30/10/10 12h31

Mais companhias inovam e usam a internet, diz IBGE

Folha de São Paulo

Mais empresas se lançaram à inovação tecnológica e a internet passou a ser o principal instrumento de informação para essas companhias em 2008, segundo a Pesquisa de Inovação Tecnológica do IBGE. O percentual de empresas inovadoras alcançou 38,6%, o maior da série da pesquisa iniciada em 2000, superior aos 34,4% de 2005. Dessas, 69% das indústrias e 79% das de serviços (informática, telecomunicações e edição) citaram o uso da internet como meio de obter informação para inovar.

O uso da rede mundial de computadores aparecia apenas na quinta posição em 2005, e superou fontes tradicionais como feiras, congressos e troca de informações com clientes, fornecedores e outras áreas da empresa. O IBGE não levantou o conteúdo pesquisado na internet.

Pelo critério da pesquisa, é inovação qualquer produto ou processo produtivo novo para a empresa, mesmo que seja uma cópia de algo que já exista no mercado. Apenas 2,3% de indústrias lançaram produtos realmente sem similar no país, por exemplo. O avanço da inovação acompanhou o vigoroso crescimento da economia até 2008, diz Fernanda Vilhena, gerente da pesquisa. "O investimento estava muito aquecido e tradicionalmente as empresas inovam com a compra de novas máquinas." Dentro do cenário internacional, o percentual de companhias inovadoras no Brasil já é maior, por exemplo, do que na Espanha (31,5%), mas está muito distante da taxa da Alemanha (64,7%). Em 2008, as empresas investiram, em média, 0,8% do seu orçamento em atividades de pesquisa e desenvolvimento, sem incluir despesas com lançamentos de produtos, contratação de consultorias e outros. Em 2005, havia sido 0,77%. "Mas em termos absolutos, o gasto foi maior porque a receita das empresas teve forte crescimento."

Novidades como a produção de tecidos com fibras de garrafas PET e bambu, equipamentos para TV digital, processos de produção mais limpos (com menos uso de água e energia) e o lançamentos de uma enorme gama alimentos funcionais foram captadas pelo IBGE. A tecelagem StenVille, de Jundiaí (SP), passou a usar fibra de poliéster proveniente de garrafas PET para fabricar tecidos de camisetas e uniformes -o foco da empresa.  O PET é comprado de cooperativas de reciclagem e transformado por outra empresa em fibras. O tecido é composto 50% por algodão e 50% por poliéster -obtido via destilação do petróleo. Segundo George Tomic, diretor da StenVille, não houve custo adicional porque o preço do PET reciclado acompanha o do poliéster e as máquinas não precisaram ser convertidas.