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Marfrig quer o lugar da Perdigão

O Estado de S. Paulo - 19/05/2009

Foi uma mudança simbólica, mas marca o início de uma nova fase para o Marfrig. Na última assembleia de acionistas, em 28 de abril, a companhia alterou sua razão social: o nome Marfrig Frigorífico e Comércio de Alimentos foi substituído por Marfrig Alimentos. "Queremos ser a segunda maior empresa de alimentos do Brasil", afirma o empresário Marcos Molina dos Santos, de 39 anos. A primeira, claro, é a Brasil Foods, união entre Sadia e Perdigão, que nasce com faturamento de R$ 22 bilhões (US$ 10,5 bilhões). Considerando Sadia e Perdigão separadamente, hoje o Marfrig já é a terceira empresa em capacidade, mas tem uma presença mais tímida em produtos industrializados e congelados. Nos segmentos em que atua, ocupa a quinta posição.

Perto do gigante que será a Brasil Foods, o Marfrig pode até parecer pequeno. A empresa faturou R$ 6,3 bilhões (US$ 3,4 bilhões) no ano passado. Mas a velocidade do crescimento do Marfrig nos últimos anos e a determinação do empreendedor Marcos Molina o transforma em um competidor que a Brasil Foods não poderá desprezar. Com 57 plantas industriais na América do Sul, Europa e Estados Unidos, o Marfrig exporta para 120 países. Para não depender exclusivamente do boi, a empresa iniciou um processo de diversificação e hoje abate também suínos, ovinos e aves.

Hoje o Brasil representa 43% do faturamento do grupo e é a região onde a empresa é menos industrializada. No Brasil, o Marfrig é dono das marcas como DaGranja, Bassi (de carnes e frios gourmet) e Mabella (frios e embutidos). A marca escolhida para fazer frente aos produtos industrializados de Sadia e Perdigão é a DaGranja, que tem presença nacional e chegou a fazer alguma fama com os seus Chikenitos (empanados de frango). A ideia é oferecer uma linha completa de congelados e embutidos da marca, de hambúrguer e empanados a outras categorias, como massas, pizzas e pratos prontos - as três últimas ainda sem prazo definido para lançamento.