28/04/10 10h44

Marisa usa tecnologia para acertar o tamanho

Valor Econômico

Enquanto a maioria dos varejistas têxteis acha muito complexa a tarefa de vender roupas pela internet - já que o Brasil ainda não tem tamanhos padronizados de vestuário -, a Marisa reforça a aposta no on-line. O canal, que representa só 0,7% das vendas, foi relançado este mês com nova plataforma tecnológica. Agora, a consumidora pode visualizar todos os produtos disponíveis, no seu tamanho, depois de informar ao site suas medidas de busto, cintura e quadril. Os dados ficam gravados on-line. "Havia muita troca nas lojas de produtos comprados no site", diz o presidente da Marisa, Marcio Goldfarb, que trabalhou no "padrão Marisa" com 540 fornecedores. Nas mudanças, que incluem a chance de montar uma lista de "chá de lingerie" pela internet, foram investidos cerca de R$ 300 mil (US$ 167 mil). "Com as mudanças, a operação on-line deve crescer 30% este ano".

Se os fornecedores ajudaram na nova versão do site, houve dor de cabeça no quesito contratação de mão de obra. Em fevereiro, a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo (SRTE-SP) fez uma fiscalização em uma pequena oficina de costura na zona norte de São Paulo, que confeccionava roupas da Marisa. O estabelecimento tinha pelo menos 16 bolivianos trabalhando em condições análogas à da escravidão.

Goldfarb confirma o caso e diz que a empresa foi multada em mais de R$ 300 mil (US$ 167 mil). Mas a Marisa está recorrendo da decisão porque o seu fornecedor "quarteirizou" o serviço, diz. "Nós não fabricamos nada, tudo vem de terceiros, a quem acompanhamos". Segundo o presidente, a rede estuda novas formas de controle para evitar que o problema se repita.