16/11/11 16h15

Meca dos eventos, São Paulo vê nova expansão

Brasil Econômico

A situação instável da economia mundial não inibe o mercado de feiras de negócios no Brasil, pelo contrário, o setor nunca esteve tão aquecido, principalmente em São Paulo, meca do turismo corporativo no país. A expectativa é de um recorde de eventos de grande porte m 2012.  

De acordo com a União Brasileira dos Promotores de Feiras (Ubrafe), 201 grandes eventos serão realizados no país no próximo ano — um recorde desde o início da contagem que acontece há 19 anos —, sendo que São Paulo sediará 75% do total. Em 2011, a agenda abriga 180 eventos. Na estimativa da Ubrafe, o setor de feiras no país, considerando todos os portes de eventos, deve movimentar R$ 3,5 bilhões neste ano — São Paulo concentrará R$ 2,5 bilhões.

Em vista dos crescimento esperado para o setor, os empresários da área planejam investimentos maciços para os próximos anos. Como um coringa na economia do país, os eventos além de nutrirem uma importante fatia do turismo, o corporativo, ainda estimulam negócios internos de todos os setores. A Reed Exhibitions AlcantaraMachado, líder no mercado de feiras, duplicou de tamanho nos últimos três anos e tem como expectativa crescer mais de 50% nos próximos dois. “Os eventos mais rentáveis são aqueles que apresentam produtos dos setores que estão sendo impulsionados pelo crescimento do mercado doméstico, como o moveleiro, por exemplo”, diz o presidente da empresa, Juan Pablo De Vera.

A Movexpo—IV Feira Nacional de Móveis para o Nordeste, evento bianual promovido em Pernambuco pela Reed Exhibitions Alcantara, recebeu este ano mais de 21 mil visitantes. Os organizadores projetam negócios de R$ 180 milhões com a feira.  

Vitrine
As feiras também são uma alternativa para as empresas escoarem sua produção, principalmente as exportadoras, que com a crise perderam mercado na Europa e Estados Unidos, encontrando nos eventos oportunidade de rápida negociação com o mercado alternativo — interno ou na América Latina.  

“A mercadoria que não foi exportada é negociada no mercado nacional durante as feiras. Estas são a mídia presencial que oferece resposta mais rápida entre quem produz e o canal de distribuição. Esta velocidade de resposta é a melhor opção para atender as empresas neste momento de crise, afirma Armando Campos Mello, presidente da Ubrafe.  

Segmentos menos tradicionais para o público também têm abarcado interessados. A Feira “Negócios nos Trilhos”, do setor ferroviário, alcançou na sua 14ª edição, que aconteceu semana passada no Expo Center Norte, recorde de público e expositores. 

Cerca de 10 mil visitantes de 14 países percorreram os corredores do pavilhão vermelho que abrigou 180 estandes. “O setor ferroviário, depois de duas décadas de abandono, ressurge para ocupar’ um lugar na matriz de transporte brasileira”, diz o diretor do evento, Gerson Toller.