12/08/10 14h15

Mercado de jatinhos avança no país

O Estado de S. Paulo – 12/08/10

Um grupo de 30 executivos, vindos do Kansas, nos Estados Unidos, desembarcou nesta semana em São Paulo para conhecer de perto o mercado brasileiro de aviação executiva. Eles representam uma das maiores fabricantes de aeronaves do mundo, a Hawker Beechcraft, que tem no Brasil seu segundo maior mercado depois do americano.  É a primeira vez que a empresa manda uma comitiva com tantos representantes ao País para participar da sétima edição da segunda maior feira de aviação executiva do mundo - a Labace (American Business Aviation Conference and Exhibition), que começa hoje no Aeroporto de Congonhas.

Nos outros anos, a Beechcraft, representada no País pela Líder Aviação Executiva, comparecia com não mais que dois representantes - prova de que vem aumentando o interesse pelos seletos consumidores brasileiros que tem o privilégio de se locomover pelos ares em aviões particulares. "Isso reflete o empenho da fabricante em entender o nosso mercado", diz Philipe Figueiredo, diretor comercial da Líder e responsável por recepcionar os estrangeiros.

Durante três dias, os executivos da empresa americana e das maiores fabricantes de aviões do mundo estarão no antigo hangar da Vasp em Congonhas: os 118 mil metros quadrados da área estão ocupados por 56 aeronaves e helicópteros que custam de US$ 500 mil a US$ 67 milhões. "É tudo asa com asa, porque o espaço já está pequeno para tantos expositores", diz Ubiratan Lago, responsável pela montagem da Labace. Os aviões começaram a chegar na terça-feira do exterior e desde que aterrissaram em Congonhas uma equipe de seis pessoas tem virado a noite para posicioná-las no hangar.

A feira atrai curiosos mas principalmente empresários interessados em ter um jatinho para chamar de seu ou em trocar seus "brinquedinhos" por outros mais modernos. Os estandes são equipados com restaurantes e salas de reunião para garantir que os negócios sejam fechados com total privacidade, uma exigência da maioria dos compradores. Até celebridades costumam visitar a feira. Em 2009, o jogador Ronaldo Nazário esteve por lá.

Com o mercado europeu em crise e o americano ainda em recuperação, países emergentes como o Brasil são quase um oásis para os fabricantes de jatinhos e turboélices. Em três dias de feira, a Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), organizadora da Labace, espera movimentar cerca de US$ 500 milhões, sem contar os negócios que serão iniciados durante a feira e fechados mais tarde. Nos últimos cinco anos, a frota brasileira de jatinhos cresceu 8,6%, acima da média mundial de 6%. "Com a economia forte, temos mostrado muito vigor nesse mercado", diz José Eduardo Brandão, diretor comercial da OceanAir Táxi Aéreo, que representa a canadense Bombardier.