30/11/09 11h47

Mercado de papelão reage na reta final do ano

Valor Econômico

Ao contrário do que apontavam as estimativas negativas do início do ano, a indústria nacional de papelão ondulado poderá encerrar 2009 com desempenho estável em relação ao ano passado. Em novembro, o ritmo de vendas das fabricantes mostrou dinamismo semelhante ou melhor que outubro, quando o setor bateu o recorde histórico de vendas em um mês.

Na reta final do ano, as vendas do setor, consideradas um importante termômetro do nível de atividade econômica do país, têm mostrado desempenho melhor do que o esperado, na esteira do retorno do crédito e da melhora na renda do brasileiro, apagando gradualmente a fraca performance até o fim de agosto. "Se não zerar (a queda do ano), vai faltar muito pouco e será apenas uma questão estatística", afirma o presidente da Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO), Paulo Sérgio Peres.

No acumulado até outubro, o setor mostrava vendas 3,2% inferiores ao apurado no mesmo intervalo de 2008. Até o fim do primeiro semestre, contudo, o recuo ultrapassava 7% e a indústria não trabalhava com a possibilidade de reversão da queda. "Há recuperação no setor de embalagens em geral e o ritmo é acelerado", diz Peres, que também preside a Associação Brasileira de Embalagens (Abre). No ano passado, a indústria brasileira expediu 2,274 milhões de toneladas de caixas, acessórios e chapas de papelão ondulado, volume praticamente estável em relação ao de 2007 (2,254 milhões de toneladas).

No grupo Orsa, que está entre os maiores fornecedores de chapas e embalagens de papelão do país, a previsão ainda é negativa para o ano, apesar da forte melhora verificada a partir de outubro. "Mas, se antes esperávamos uma queda de 7% nos volumes, agora estimamos um recuo menor, perto de 3%", diz o fundador e presidente do grupo, Sergio Amoroso. "O primeiro semestre foi caótico", acrescenta. Até o final o ano, a companhia espera comercializar 280 mil toneladas do produto, com melhora nas vendas para todos os setores atendidos. "Alimentos, bebidas, higiene, limpeza - a melhora é geral", afirma.

Segundo Peres, da ABPO, as vendas de papelão ondulado no quarto trimestre devem mostrar expansão significativa em relação ao mesmo intervalo de 2008, refletindo principalmente o maior consumo de bens não duráveis. Segundo ele, em outubro o ritmo de vendas já mostrou qual deverá ser a tônica até o encerramento do ano, com a conquista de um novo recorde mensal para a indústria, o que surpreendeu as próprias fabricantes. No mês passado, o setor comercializou 223,8 mil toneladas do produto, com alta de 7,52% ante o verificado em outubro do ano passado, que respondia pela marca histórica anterior.