05/08/09 11h12

Mercado mira agora sistemas de ensino

Valor Econômico

Após dois anos de intensas aquisições envolvendo as faculdades, as atenções dos investidores agora estão voltadas para as escolas que possuem sistemas de ensino, ou seja, aquelas que vendem apostilas e metodologias de educação para outras escolas.

O mercado de sistemas de ensino movimenta cerca de R$ 600 milhões (US$ 324,3 milhões) por ano, segundo levantamento do sistema Uno. Na área privada, a taxa de crescimento varia de 10% a 35%, dependendo da instituição. Além disso, tem um grande potencial de crescimento na rede pública. Diante desse cenário, o assédio em torno de grupos com sistemas de ensino só deve aumentar. "Temos recebido propostas dos concorrentes, até porque somos uma empresa sem dívidas. Mas, no momento, não temos interesse em nos unir a outro grupo", disse Guilherme Fainguenboim, diretor do Anglo, que é um dos mais antigos nesse segmento e atende 300 mil alunos.

"Após as operações da SEB e Kroton, o mercado está olhando atentamente o segmento. Hoje, a rentabilidade dos sistemas de ensino já é superior à das faculdades", diz Ryon Braga, sócio da Hoper, consultoria especializada na área de educação, referindo-se à compra do Pueri Domus pela SEB e à aquisição de 50% da Kroton pelo Advent no mês passado.

O setor conta com aproximadamente 20 empresas que comercializam apostilas e metodologias de aprendizado, segundo a Associação Brasileira de Sistemas de Ensino (Abrase). Ainda de acordo com a entidade, cerca de 50% das escolas particulares no país já utilizam as apostilas. No Nordeste e Rio Grande do Sul, esse percentual é inferior, cerca de 20%. Mas é no segmento público que os investidores e as empresas têm apostado suas fichas. Estimativas do mercado mostram que apenas 5% de um total de 25 milhões de alunos de escolas municipais estudam com as apostilas.