11/05/10 11h45

Mercado prevê crescimento do PIB de 6,26%

O Estado de S. Paulo

Depois da divulgação da produção industrial na semana passada, o mercado financeiro promoveu mais uma revisão para cima na projeção de crescimento da economia neste ano. E o movimento foi significativo. Os analistas agora estimam a expansão do Brasil, em média, em 6,26% em 2010. Na semana passada, previam 6,06%. Os dados da pesquisa Focus, divulgada semanalmente pelo Banco Central, evidenciam que se consolida entre os economistas a percepção que a atividade econômica está bastante aquecida no País. Se confirmada essa projeção, será o maior índice desde 1986, quando o País cresceu 7,5%, segundo o IBGE. O Ministério da Fazenda, que está na ponta mais conservadora das projeções de crescimento econômico por desejar uma alta menor dos juros, admitiu revisar para algo entre 5,5% e 6,5% sua estimativa de alta do PIB para 2010.

"O aquecimento da atividade no início do ano ficou acima do esperado pelas pessoas. Por isso, quem tinha projeção de crescimento de 5% para o PIB, agora está com 6%. Quem tinha 6%, está migrando para 7%", disse o economista da Tendências Consultoria, Bernardo Wjuniski. A consultoria revisou para 6% sua projeção para o PIB. Para Wjuniski, o dado que mostrou alta de 2,8% da produção industrial em março consolidou indicadores que mostram atividade forte no Brasil. Segundo ele, a tendência é que haja mais elevações nas estimativas captadas pela Focus, com projeção média chegando a 6,5%.

A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), a ser divulgada pelo IBGE esta semana, deve contribuir de forma decisiva para isso. A PMC é o último dos chamados "indicadores antecedentes" do PIB trimestral. "A economia pegou fogo no primeiro trimestre", afirmou Wjuniski, explicando que, em geral, os economistas trabalham com uma moderação desse ritmo nos próximos trimestres.

Na visão de Wjuniski, a percepção de uma atividade econômica muito intensa é o fator que está por trás da continuidade nas elevações das perspectivas para o IPCA neste ano. A Focus mostrou ontem que o mercado subiu pela décima-sexta vez consecutiva sua projeção, que atingiu 5,50% (ante 5,42% na semana anterior). Apesar de considerar possível novas elevações, o economista acredita que uma estabilização das projeções está próxima e considera improvável que o índice oficial de inflação feche este ano acima do teto da meta, que é de 6,5%. Para 2011, as projeções para o IPCA e para o PIB se mantiveram em, respectivamente, 4,80% e 4,5%.