19/03/10 10h47

Mercado prevê lucro de US$ 15,6 bi para Petrobras

O Estado de S. Paulo

A Petrobras deve anunciar hoje um lucro líquido de mais de R$ 28 bilhões (US$ 15,6 bilhões), de acordo com a média de projeções feitas por dez instituições financeiras. Mesmo representando uma queda de mais de 16% em relação ao resultado recorde de 2008, o saldo da estatal brasileira, se confirmadas as expectativas do mercado, a colocará numa posição bastante vantajosa em relação a seus pares internacionais. As principais petroleiras do mundo tiveram em 2009 desempenho bem aquém, com reduções superiores a 50% em seu lucro no ano. A margem de preços da gasolina e do diesel no Brasil, superior à do mercado internacional, deve pesar positivamente no balanço da Petrobras, que será divulgado após o fechamento do mercado, às 17 horas.

A própria recuperação da economia, que puxou para cima o consumo dos dois principais combustíveis consumidos no mercado nacional, já deve fazer a diferença na análise dos resultados do ano. O analista Luiz Otávio Broad, da corretora Ágora, destacou em relatório que é esperado aumento de 4,3% no volume vendido somente no quarto trimestre em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo ele, a redução de 15% no preço do diesel e de 4,5% na gasolina pode até afetar a receita líquida na média do ano, mas os demais derivados devem trazer benefício sobre a receita líquida.

A maioria dos analistas consultados destacou como fator positivo para a Petrobras em seus resultados de 2009 o aumento de 6,9% na produção total de petróleo no quarto trimestre, em comparação aos últimos meses de 2008. Para o analista do Credit Suisse, Emerson Leite, deve pesar negativamente no balanço o aumento de custos na área de exploração no quarto trimestre, e uma leve compressão nas margens de refino em razão da redução do preço da gasolina e do diesel no mercado interno. Já para o analista Nelson Rodrigues de Mattos, do Banco do Brasil, as margens operacionais devem apresentar melhoria no quarto trimestre, tendo em vista a venda dos estoques formados em meses anteriores a preços mais baixos.