05/03/10 11h40

Método e CH2M Hill serão parceiros em infraestrutura

Valor Econômico

Três meses depois de fechar a compra da Potencial, empresa de montagem e manutenção industrial, a Método Engenharia fechou uma parceria com a CH2M Hill, multinacional americana de engenharia e construção com faturamento de US$ 6,5 bilhões no mundo e R$ 17 milhões (US$ 9,4 milhões) no Brasil. O acordo com a empresa americana reforça o objetivo da companhia de aumentar sua presença no setor de infraestrutura, especialmente no segmento de óleo e gás e garantir contratos robustos com a Petrobras. A CH2M Hill está o Brasil há dez anos atuando no setor de manufatura industrial, mas nos últimos dois passou a atuar também no setor de óleo e gás. A Petrobras responde por 20% de seus contratos. No caso da Potencial Engenharia, 100% da carteira está com a Petrobras. "Estamos nos qualificando para sermos um player importante desse mercado", afirma Hugo Marques da Rosa, presidente da Método.

O que a empresa chama de parceria estratégica com a CH2M Hill é um acordo de preferência mútua com validade de um ano, renovável anualmente, para obras de infraestrutura em óleo e gás. "A ideia é que seja um acordo de longo prazo", diz Hugo Rosa, acrescentando que as empresas já estão trabalhando juntas para apresentar uma proposta na área de refinaria. "Temos o diferencial de uma rede de fornecedores globais, que são muito importantes para a compra de materiais e equipamentos", afirma Pablo Ibanez, diretor de operações da CH2M Hill,

A Método ainda não divulgou o balanço de 2009, que irá consolidar os dados da Potencial, da qual a Método possui 51%. A empresa "correu" para fechar a compra ainda no ano passado - a assinatura aconteceu no dia 30 de dezembro - para engordar os números. Segundo a Método, as receitas equivalente das duas empresas (contratos em carteira) em 2009 soma R$ 750 milhões (US$ 380,7 milhões) - R$ 500 milhões (US$ 253,8 milhões) da Método e R$ 250 milhões (US$ 126,9 milhões) da Potencial. Segundo fontes do mercado, a Potencial tem dívidas de curto prazo na casa de R$ 30 milhões (US$ 15,2 milhões) e chegou a ter mandato do UBS Pactual para uma reestruturação. A Método Engenharia investiu R$ 6 milhões (US$ 3,05 milhões) para reforçar o capital de giro da companhia.

Hugo Rosa não esconde que está em busca de uma injeção de capital e um sócio investidor que possa financiar o seu crescimento. Aliás, a entrada no setor de infraestrutura aconteceu justamente para tornar o negócio mais atrativo. Segundo Rosa, a Método pretende ganhar porte para ter de condições de recorrer ao mercado de capitais em três ou quatro anos. O setor de infraestrutura começa a despontar na bolsa. Empresas como Mills, de manutenção e montagem plataformas; Júlio Simões, que atua na área logística; e Ecorodovias registraram pedido na CVM para fazer oferta inicial de ações, mas as operações ainda não foram concluídas.