04/12/09 16h04

Microempresas retomam as contratações

O Estado de S. Paulo

Responsáveis por quase 60% do emprego na indústria paulista, as micro e pequenas empresas voltam a fazer contratações, passado o pior momento da crise para o setor. Pesquisa do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi), feita com 1.068 empresas com até 50 empregados, indica que 11,3% contrataram trabalhadores no último trimestre de 2009. Somente 2,8% demitiram. No segundo trimestre do ano, pior momento da crise para o setor, 30% das empresas falavam em demissões.

O índice de empresas que contrataram pode até parecer pequeno, mas não é. Existem no Estado de São Paulo cerca de 216 mil micro e pequenas indústrias, que mantêm quase 1 milhão de postos de trabalho formais. "Os resultados da pesquisa são um claro sinal de que as micro e pequenas indústrias estão conseguindo superar a crise e que a tendência é de crescimento do setor para os próximos meses", diz o coordenador do núcleo de pesquisas, estatísticas e tendências do Simpi, George Doi.

Para ele, o comportamento do emprego, detectado na pesquisa, é compatível com os indicadores de recuperação das empresas. A mesma pesquisa mostra um aumento do nível de utilização da capacidade instalada para 16,9% dos entrevistados e de queda, para outros 9,9%. No terceiro trimestre, 26,8% reduziram a capacidade ocupada e 14,9% aumentaram. Ele pondera que parte das contratações são temporárias.

A Urbanize, empresa sediada em Sorocaba, interior paulista, que recicla garrafas PET e produz, entre outras coisas, material escolar, cartões de banco e até placas de sinalização de trânsito, praticamente dobrou o número de empregados nos últimos cinco meses, de 18 para 32 funcionários. A empresa investiu R$ 600 mil (US$ 348,8 mil) na compra de equipamentos novos e está construindo uma nova sede, orçada em quase R$ 1 milhão (US$ 581,4 mil), já que ela está instalada hoje em imóvel alugado. A produção deu um salto de 40% em relação a 2008. Além disso, muitas micro e pequenas empresas têm agilidade e poder de reação para driblar a crise. A CM Embalagens atravessou a crise sem demissões. Com nove empregados fixos, a empresa fez uma contratação para reforçar a produção neste fim de ano.