10/08/10 15h55

Mineração prevê alta de 14,8% no investimento

O Estado de S. Paulo – 10/08/10

O forte reaquecimento da demanda mundial por matéria-prima levou o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) a rever pela terceira vez este ano a previsão de investimentos para o setor até 2014. A nova cifra, de US$ 62 bilhões, é recorde na atividade mineradora brasileira e representa um aumento de 14,81% ante a estimativa anterior feita em abril, de US$ 54 bilhões. Em palestra na Câmara Britânica, o presidente do Ibram, Paulo Camilo Penna, disse que o valor superior reflete a entrada de investimentos, como o projeto de construção de uma pelotizadora e um mineroduto pela Samarco e de uma mina de ouro pela Kinross em Minas Gerais.

Ao todo, são 60 projetos já contabilizados pelo Ibram até 2014. Os de minério de ferro, carro-chefe da produção mineral brasileira, devem representar a maior fatia, com estimativa de US$ 39,2 bilhões. O níquel está em segundo lugar, com investimentos de US$ 6,7 bilhões, seguido pela bauxita (US$ 5 bilhões) e cobre (US$ 1,7 bilhão). "O carro-chefe é o minério de ferro e temos preços e produção subindo. Mas, no geral, outros minerais estão com tendência de alta nos preços", frisou.

O presidente do Ibram lembra que a perspectiva de crescimento da economia mundial, especialmente dos países emergentes, vem incentivando as companhias a aumentarem seus investimentos para ampliar seu potencial de produção. Ainda segundo o Ibram, espera-se para este ano um valor recorde para a produção mineral brasileira, que deve chegar a US$ 35 bilhões. A cifra é 45,83% superior à do ano passado, que somou U$ 24 bilhões. De acordo com Penna, o resultado se deve à combinação de dois fatores: preços mais elevados e maiores volumes de vendas.

O presidente do Ibram destacou a importância do setor para a balança comercial brasileira. Se em 2009, apesar da crise, o setor representou 50% do saldo da balança comercial, a participação este ano será mais expressiva. O saldo entre importações e exportações no setor deve chegar a US$ 18,5 bilhões, valor que representaria 120% do previsto de superávit para toda a balança comercial brasileira este ano, que é de US$ 16 bilhões.