14/12/20 13h07

Ministério do Desenvolvimento inaugura 3 estações em Marília

Gestão municipal, recurso federal e execução da Replan concluíram a obra aguardada pela população desde 1994

Jornal da Manhã

O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e o secretário nacional da Habitação, Alfredo Eduardo dos Santos, inauguraram ontem (11) em Marília as três estações de tratamento de esgoto. 

As bacias estão prontas e formam a estrutura completa para 100% do esgoto tratado no município. As interligações estão em andamento e seguem de forma contínua, nos bairros já existentes e acompanhando o desenvolvimento da cidade. 

A obra de R$ 85 milhões de recurso federal foi um desafio assumido pela gestão municipal atual, que resolveu “o maior problema de saúde ambiental de Marília”, palavras do prefeito Daniel Alonso. 

O projeto original do tratamento do esgoto é de 1994 e, desde então, se tornou um imbróglio com desperdício de recurso, caindo no descrédito da população. 

Replan assume e conclui estações de tratamento 

Em 2005 a Construtora Passarelli iniciou o trabalho, paralisado em 2007. Em 2011 houve uma tentativa de reativação pela OAS, novamente paralisado pelo poder público. No entanto, foi na gestão municipal atual que a Replan, Engenharia, de Marília, venceu a licitação e construiu as três bacias, Pombo, Barbosa e Palmital. 

“Foram dois anos de trabalho. Fizemos a bacia do Pombo do zero. Quanto às outras duas, embora tivéssemos a informação de que deveríamos concluir 40% de cada uma, foi necessário refazer boa parte do que deveria estar pronto, principalmente por conta das suspensões de obra, que resultaram na deterioração de materiais”, contou o diretor da Replan, Reinaldo Pavarini. 

As três estações estão prontas e as interligações da rede de esgoto estão em andamento, de forma contínua, com mais da metade concluída. Faltam 30% das interligações da Bacia do Pombo, 30% do Barbosa e 90% da bacia do Palmital, que é a de maior capacidade. 

Interligações 

“Com a estrutura concluída, as interligações continuam até que 100% do esgoto esteja tratado, só que esse é um trabalho contínuo, porque acompanha o crescimento da cidade, com o surgimento e ampliação dos bairros”, mencionou o ex-presidente do Daem (Departamento de Água e Esgoto de Marília), Marcelo de Macedo, que esteve com José Carlos de Souza Bastos (Beca), quando a Administração Municipal decidiu resolver o problema do esgoto em Marília. 

“O Beca sempre foi um apaixonado por essa obra e com muita competência esteve à frente do trabalho”, elogiou o prefeito Daniel Alonso. Beca era o presidente do Daem e, posteriormente, o departamento foi assumido por seu vice, Marcelo de Macedo, que também se afastou recentemente para tentar uma vaga no Legislativo. 

Ministro Rogério Marinho 

Na inauguração das estações de tratamento do esgoto, na Bacia do Palmital, na manhã de ontem (11), o ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) anunciou o repasse imediato de mais R$ 19 milhões, necessários ao custeio final das obras. 

Antes de descerrar a placa, o ministro ressaltou que a obra do esgoto não tem glamour ou visibilidade, mas se sobrepõe a qualquer outra em importância porque traz saúde à população. 

“O governo federal investiu R$ 4,5 bilhões em saneamento neste ano. A população de Marília esperou 26 anos (desde o projeto original de 1994) por essa obra, mas ainda há cem milhões de brasileiros sem tratamento de esgoto e 35 milhões deles não têm, sequer, água tratada. A maior parte dos municípios brasileiros não tem a mesma condição de Marília”, frisou o ministro. 

Rogério Marinho enalteceu a vontade política do governo de Marília e a persistência da população local, mas lembrou da realidade precária de grande parte dos municípios do país. 

“Encontramos seis mil obras paralisadas quando assumimos o Ministério do Desenvolvimento Regional, que é o Ministério das Águas. Este Governo sabe que os governos passam, mas a sociedade permanece. Por isso, apesar do período tão difícil e ciente de que a capacidade de investimento público é inversamente proporcional à demanda, o presidente Jair Bolsonaro determinou que o saneamento não parasse. 

Já construímos 1.500 quilômetros de canais adutores no nordeste e conquistamos R$ 700 bilhões através de parcerias com o setor privado para investimentos”, continuou o ministro, citando diversos projetos de saneamento em desenvolvimento no nordeste. 

“É um trabalho muito grande e pouco percebido. Em dois anos, o Governo Federal investiu quase 40% do que foi investido em 15 anos antes”, completou Rogério Marinho. 

O ministro ressaltou que as viagens são uma rotina para manter a reciprocidade com a população. Na semana passada a equipe do Ministério estava na Bahia, nesta quinta-feira visitou Londrina – PR e ainda ontem, depois de Marília, seguiu para Porto Alegre - RS. “O presidente Bolsonaro ressalta que ficar preso à Brasília pode levar à perda do senso de realidade”. 

Saneamento e Saúde 

O ministro ressaltou que investir em saneamento básico tira a pressão do sistema público de saúde e que muitas doenças que já deveriam estar erradicadas se mantêm pela falta de saneamento. 

Em sua fala de inauguração das estações de tratamento de esgoto de Marília, o prefeito Daniel Alonso ressaltou o dado da OMS (Organização Mundial de Saúde), sobre cada R$ 1,00 investido em saneamento gerar uma economia de R$ 4,00 em Saúde. 

“Era inadmissível que uma cidade progressista como Marília continuasse despejando seus dejetos no que tem de mais bonito, seus rios, fontes e cachoeiras”, disse o prefeito. 

Daniel Alonso também ressaltou a dificuldade de importação das indústrias pela falta do selo verde em Marília. “60% da água de Marília vem do Rio do Peixe e nossa população bebia água de reuso”. Na solenidade de inauguração o prefeito entregou os títulos de visita ilustre e hóspede oficial ao ministro Rogério Marinho. 

fonte: http://www.jornaldamanhamarilia.com.br/exibe.php?id=26287