14/11/08 16h18

Minsur fecha aquisição de US$ 400 milhões no Brasil

Valor Econômico - 14/11/2008

Em meio à crise financeira mundial, ontem a mineradora peruana de estanho Minsur S.A. concluiu um negócio de US$ 400 milhões (R$ 850 milhões) no Brasil - pagou cerca de US$ 215 milhões em dinheiro, pelo câmbio do dia, e assumiu dívidas avaliadas em US$ 175 milhões. O dinheiro foi direto para a conta da Paranapanema, que vendeu seus ativos de produção de estanho no Norte do país e em São Paulo à companhia peruana, terceira maior do mundo na extração e refino desse metal. Fortunato Brescia Moreyra, diretor executivo da Minsur, mostrava bastante otimismo ontem pela manhã em São Paulo antes de ir ao banco fazer o pagamento. "Quando acertamos a compra, em 19 de setembro, o cenário da crise mundial era menos sombrio que atualmente, mas mesmo assim vemos nessa aquisição uma grande oportunidade de expansão, pois fazemos investimentos olhando, sempre, no longo prazo", afirmou ao Valor. Para Brescia, a Mineração Taboca, que extrai minério de estanho em plena Amazônia desde os anos 80, surgiu como uma boa oportunidade dentro do negócio de estanho, no qual o grupo detém 12% do mercado mundial com suas operações no Peru. "É a mais importante do Brasil e bem significativa no mundo". Segundo o executivo, a mina brasileira, que hoje faz em torno de 7 mil toneladas de metal por ano, tem um potencial que permite exploração durante 20 a 25 anos. O investimento no Brasil é o primeiro passo de internacionalização da Minsur. "No negócio de estanho, seria natural que fôssemos para a Bolívia, onde há muitas reservas do metal, mas o Brasil se mostrou mais atrativo por ser um país com economia (e politicamente) mais estável que a Bolívia". Os dois primeiros anos no Brasil, informou Brescia, serão para avaliar os ativos adquiridos e melhorar suas operações para ganhar mais eficiência e competitividade. "Depois virão projetos de expansão", disse. Um dos objetivos é ampliar a participação de nióbio e tântalo na receita da Taboca. Hoje, estanho responde por 80%. "No futuro, deverá ficar com 55% a 60%".