05/02/10 10h11

Montadoras aceleram produção para formar estoque

Valor Econômico

O setor automotivo prepara-se para um aumento no fluxo de vendas antes do término do IPI reduzido no fim de março, como já anunciado pelo governo. Nessa expectativa, os estoques de veículos (indústria e concessionárias) subiram para 259,2 mil unidades em janeiro, um volume que equivale a 36 dias de vendas.  Em dezembro, os estoques estavam em 245 mil veículos, o equivalente a um giro de 26 dias. Para o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider, os consumidores tendem a antecipar compras para evitar uma carga tributária mais pesada.

A entidade mantem a previsão de vendas de 3,4 milhões de veículos neste ano, o que representaria um crescimento de 8,2% e um novo recorde para o setor. Em janeiro, os licenciamentos somaram 213,3 mil unidades, no segundo melhor resultado para o mês da história - perdendo apenas para janeiro de 2008 (215 mil veículos).

A indústria automobilística começou 2010 com alta na produção. Em janeiro foram fabricadas 243,4 mil unidades, expansão de 31,6% no comparativo com mesmo mês de 2009. Na comparação com dezembro, contudo, houve queda de 3,7%. Também houve forte avanço nas exportações. "Isso pode representar o início de uma recuperação dos mercados importadores, mas ainda está longe do que tínhamos (em exportações antes da crise financeira)", disse o presidente da Anfavea.  Em janeiro foram exportados 44,83 mil veículos, 105,4% acima do volume do mesmo mês de 2009 (21,82 mil unidades). Em valores, as vendas externas - incluindo máquinas agrícolas - somaram US$ 725 milhões no mês passado, uma alta de 65,9% na comparação anual.

Após sete meses seguidos de alta, o nível de emprego na indústria automobilística voltou aos patamares do fim de 2008, quando o setor começou a cortar vagas para enfrentar a crise financeira. O quadro de funcionários fechou janeiro em 126,2 mil pessoas, no maior nível desde dezembro de 2008. O número, no entanto, ainda está abaixo dos patamares superiores a 131 mil empregados observados antes de a crise afetar a indústria.