31/08/09 10h28

Montadoras chinesas vêm para o Brasil

O Estado de S. Paulo

As montadoras chinesas preparam seu desembarque no mercado brasileiro com uma avidez capitalista que em nada lembra as companhias que surgiram após a revolução comandada por Mao Tsé-tung. Além da Chery, que acaba de lançar o utilitário esportivo Tiggo no País, a Build Your Dreams (BYD) e a Jianghuai Automotive Co. (JAC) têm planos concretos para entrar no Brasil nos próximos dois anos. Um escritório de advocacia brasileiro está assessorando outras duas fabricantes de caminhões chinesas, mas não revelou os nomes.

"A JAC está muito confiante de que vai transformar o mercado brasileiro em sua base para a América Latina", disse a gerente regional do negócio de caminhões leves, Sammi Shang. A BYD disse que "a competição com as montadoras tradicionais é forte no Brasil". "Mas estamos seguros que vamos atingir uma fatia considerável de mercado no futuro próximo". A estratégia chinesa é começar com importações, para testar o mercado, e logo depois instalar fábricas no País, utilizando peças vindas da China. Para as empresas, a presença local é importante para evitar os 35% de tarifa de importação de carros do Brasil, para ganhar a confiança dos consumidores e das concessionárias e se adequar às regras brasileiras.

Segundo Shang, a JAC já começou os preparativos para construir a fábrica no Brasil, por meio de investimento direto ou de uma joint venture com uma empresa local". Por meio de seu departamento de marketing, a BYD disse que "a estratégia final ainda não está confirmada, mas o primeiro passo deve ser a importação, seguida da produção local, em uma segunda fase".

Com uma fábrica no Uruguai, a Chery é a pioneira do mercado brasileiro e dispõe de 11 concessionárias no País para vender o Tiggo. O objetivo é ampliar o número para 55 até o fim do ano. A companhia planeja construir uma fábrica no Brasil, que pode consumir investimentos de US$ 500 milhões a US$ 700 milhões.